Do lado de fora, os adolescentes analisavam sua situação. Anllye estava uma bagunça, suas roupas um pouco chamuscadas, mas nada muito grave. Porém Zartaxes parecia que fora à uma festa de ogros: estava totalmente imundo, suas unhas estavam grandes e sujas como se fossem garras, suas roupas estavam um trapo, e seu cabelo liso e negro como a noite chegavam até metade de suas coxas, como se nunca os tivesse cortado. Anllye o examinou da cabeça aos pés e cruzou os braços.
- Você precisa urgentemente de um banho. Quando foi a última vez que tomou um?
- Ahn, deixa eu pensar, talvez nunca? Você viu algum banheiro na caverna? Ou lago? Um lencinho umedecido? - Debochou Zac, revirando os olhos.
- Certo, que seja. A primeira coisa que você fará quando chegarmos ao castelo será tomar um banho. Um banho longo, de preferência.
- Você não manda em mim, sua nanica! Eu vou tomar banho porque eu quero, não porque você está falando.
- Não me importo com o motivo, só tome um banho e já está bom. - Anllye massageia mais uma vez o próprio pescoço enquanto ignora a dor no rosto. Mais alguns minutos e poderia usar sua magia de cura livremente.
A verdade é que se Anllye usasse seu tempo para estudar e aprimorar sua magia em vez de dormir e reclamar o tempo todo, ela saberia que não precisava usar seus poderes daquela forma, pois fadas tem um fator de cura excelente. Se soubesse como usá-lo, teria evitado a seguinte situação:
- Você está com muita dor? - Perguntou Zac, olhando-a de soslaio enquanto caminhavam.
- O que você acha? Ugh! - Anllye tentou girar o pescoço, mas acabou estralando de forma dolorosa.
- Deixa que eu ajudo você. - Zartaxes Renéet parou na frente da princesa das fadas, inclinou-se para ela e lambeu a queimadura em seu rosto. A dor passou instantaneamente, como um passe de mágica. Mas Anllye não estava nada feliz.
- O que você acabou de fazer? - Gritou Anllye, afastando-se dele e fazendo alguns pássaros voarem das árvores. Sua expressão era de puro horror e nojo. Zac estava ofendido.
- Eu acabei de te retribuir? Você curou minha alergia, eu curei a sua dor, minha saliva é curativa! - Retrucou, como se fosse óbvio. - Não precisa fazer essa cara, sua mal agradecida!
- Você sabe o que é uma escova de dentes? Ah! Que nojo, que nojo! Seu dragão estúpido! Eu podia ter me curado sozinha! ARGH! - Anllye bateu o pé no chão como costumava fazer, e logo sentiu ânsia. - Só vamos logo, agora eu preciso de um banho tanto quanto você.
- Anllye Gerurk, você é a fada mais odiosa e ingrata que eu já tive o desprazer de conhecer! - Berrou o garoto, vermelho de raiva. Zac foi na frente com passos firmes, afastando-se rapidamente de Anllye que, por sua baixa estatura, teve que correr para tentar alcançá-lo, pedindo-o para esperar. Quando a princesa das fadas se deu conta, já havia se perdido do jovem humano-dragão, e então, começou a entrar em pânico.
- Zac! Zac, onde você está? Zac! - Gritou, com o coração acelerado. Anllye, no geral, era muito corajosa, mas estava apavorada com a ideia de passar a noite completamente sozinha naquela floresta. Chamou pelo garoto mais algumas vezes, quando de repente ouviu um som alto e um forte clarão apareceu mais à frente. Anllye correu até lá.
- ATCHIM! - Zac espirrou, queimando um conjunto de flores gigantes indefesas. Haviam outras flores que já estavam em chamas. Anllye chegou a tempo de usar sua magia rapidamente para apagar o fogo que se espalhava.
- Zac, o que está fazendo? - Gritou para o menino dragão que não parava de coçar o nariz.
- Não é culpa minha se sua magia inútil não me curou direito! - Zac revirou os olhos e ameaçou espirrar novamente, mas Anllye conjurou heras do chão e as enrolou em Zac, tapando seu nariz e boca antes que espirrasse. Ele espirrou mesmo assim, mas queimou apenas as heras.
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O Curioso Relacionamento Entre A Princesa das Fadas e o Dragão Amaldiçoado #1
خيال (فانتازيا)Livro I Uma princesa fada adolescente preguiçosa está entediada com a vida pacata no palácio. Seu pai está cansado e seus irmãos ocupados. O que fazer agora? Tomar uma atitude? Procurar um novo hobby? Claro que não! Reclamar da vida com seu irmão ma...