Ameças

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Após Severus atender o telefone saiu de casa, o que será que o gerente do café queria com ele?

 
Pensou na possibilidade de ser demitido mas não achava argumentos o suficiente para sustentar sua hipótese, por mais que fosse um simples funcionário de meio período e completamente descartável, estava fazendo seu trabalho muito bem

Decidiu não pensar muito e concentrar-se na caminhada pois já estava anoitecendo e, por mais que tivesse andado a vida toda a pé pela cidade e a conhecesse muito bem, não é muito aconselhável sair a noite sozinho e- 

"ah droga..." pensou ao colocar a mão no bolso. percebeu que tinha deixado o celular na mesa da sala, mas não tinha problema. iria voltar rápido... esperava pelo menos.

A noite caia rapidamente na cidade e a atmosfera começava a ficar fria e estranha. A rua que andava não estava com muito movimento e isso começava a atormenta-lo.

"a rua só está assim porque é fim de semana e final do mês, para de ser doido Severus" pensava tentando acreditar na ideia, mesmo que pra um fim de semana as coisas estavam... estranhas...
por fim, decidiu ignorar.

Entrou em uma rua na esperança de que, em breve, veria um pouco mais de movimento, porém nada aconteceu. Na verdade, pelo contrário, a rua parecia mais deserta que a anterior. Severus apertou um pouco o passo. 

Não que estivesse com medo de ser assaltado, não estava levando nada de valor e essa parte da cidade não era tão perigosa, mas é melhor prevenir do que remediar. 

A cada rua que avançava menos barulho de cidade escutava, estava tudo estranhamente calmo... 

O silêncio estava começando a ser insuportável, insurdecedor e estranho.

Faltava pouco para chegar ao café, mas porque parecia que ainda faltava uma eternidade? 

A falta de luz na rua em que passava também não estava ajudando. Severus por algum motivo não conseguia ouvir seus próprios pensamentos e seu coração estava a mil mesmo ele andando devagar e respirando normalmente.

Alguma coisa estava errada e Severus podia sentir, o mal pressentimento que sentiu dias atrás quando olhava sua rua pela janela retornou e estava mais pesado do que antes.

 Apesar de Severus ser uma pessoa bem cética dessa vez estava começando a desconfiar do ambiente

Antes que pudesse pensar mais ouviu um barulho de passos
rapidamente se virou para trás, mas não viu nada então continuou a andar

Seu coração batia forte e alto, sua mente tentava se concentrar em continuar andando 

— Ei!

Escutou uma voz desconhecida atrás de si, e continuou andando como se não tivesse ouvido 

"não olha pra trás, não olha pra trás, não olha pra trás..." pensava, mais com o coração ansioso do que com a mente 

Concentrava-se nos passos um pouco apressados porém sem correr, apenas fingindo que não ouviu

Só faltava um quarteirão 

Continuava andando até que sentiu-se parar involuntariamente 

Sentiu uma pequena dor no pescoço e em seguida sentiu suas pernas moles, ficando bambas e sem força para continuas

Estava escuro, e o único ponto de luz que conseguia ver estava ficando turvo

Colocou a mão no pescoço e retirou um pequeno dardo, não tinha ideia do que tinha sido injetado nele mas não estava fazendo bem. Em uma tentativa de sair dali moveu as pernas, mas só consegui dar dois passos e em seguida cair de joelhos.

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