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"A vida é muito curta para te amar só em uma, prometo te procurar na outra vida." —Shakespeare.

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Roseanne bateu com força a porta do quarto, não demorando nada para trancar e em seguida se jogar em seu colchão, colocando o rosto contra o travesseiro e logo soltando seu grito abafado de ódio.

Mas tal ato não aliviou nenhum pouco, não adiantava mais gritar para fazer sua tristeza desaparecer mesmo que seja por incompleto, muito menos as lágrimas quentes que começaram a rolar, precisando se sentar e abraçar as próprias pernas.

- EU ODEIO VOCÊS! —Gritou sem importar com o nó em sua garganta. Chorar só estava fazendo-a se sentir pior. — Eu me odeio...—Murmurou.

A neozelandesa ficou encarando a parede durante alguns minutos, até sentir suas lágrimas secarem naturalmente, então se levantou e quando estava pronta para retirar sua roupa apertada, a mesma caminhou até a janela ao escutar o irritante barulho de caminhão.

  Ela apenas observou sem sentir nenhuma vontade de xingar qualquer desconhecido, apenas encarou a movimentação na casa ao lado, essa que foi vendida recentemente.

- Céus... Eu a amo. —Murmurou, sorrindo pela primeira desde que amanheceu, ao ver a garota de cabelos roxos. — Espera...—Arregalou os olhos, dando um passo para trás. — Como assim "eu a amo"? Eu sequer conheço esse humano!

  Balançou a cabeça negativamente, tentando se livrar do sentimento repentino e esquisito.

๑...❥...๑

  Jisoo entrou na nova casa após os entregadores terem ido embora, mas a mesma sequer importou em ajeitar corretamente a geladeira nova, apenas voltou para o quarto e pegou novamente as pastas.

  A garota de dezoito anos se sentou confortávelmente no colchão, mas logo bufou frustrada ao sentir preguiça de estudar.

Mas não era apenas isso, algo ainda estava incomodando-a desde que chegou em Nova Zelândia, durante a tarde de ontem.

Ela inesperadamente resolveu se mudar, largando tudo que tinha na Coréia do sul, sentindo o enorme desejo de viajar para outro país. Jisoo não iria negar, ela sabia quase por completo o motivo de sentir tanta ansiedade e incômodo.

A garota desde que encontrou o diário de uma desconhecida soube que sua vida poderia mudar, talvez para melhor. Ela sentia que tinha certa ligação com cada página daquele caderno, acreditava que foi guiada para encontrá-lo guardado no baú da loja do marido de sua tia, aos seus doze anos. Jisoo ficou hipnotizada ao segurá-lo, escondendo atrás do seu corpo e correndo para casa junto com o caderno, leu as dez páginas no mesmo dia, tendo o resto das folhas em branco.

Kim ainda amava ler cada página, mesmo sentindo o incômodo na cicatriz em seu pulso onde parecia ser sido cortado propositalmente, mas não passava de uma marca estranha de nascença. Bom, ela não acreditava mais nisso desde que releu pela milésima vez o diário.

Não tinha como evitar, ela se sentia tão conectada. Era como se toda palavra ali fosse direcionada para ela.

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Os dias pareciam passar tão depressa, e isso não era tão ruim, não para Rosé que amava o silêncio quando tudo estava escuro, evitando de conviver com os pais. Não que Park fosse infeliz, apenas havia discussões com os pais, esses que faziam questão de colocar pressão na menina de dezesseis anos ao ponto de fazê-la ficar irritada e muitas vezes dizer coisas que não deveria.

Por outro lado, Jisoo não se importava se era dia ou noite. A jovem desde sempre teve uma vida incrível, tendo todo mimo e proteção da família, incluindo ao conforto que sua classe social poderia transmitir.

You and Me {Concluída}Onde histórias criam vida. Descubra agora