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Roseanne abriu novamente o diário, na última página escrita e fez questão de reler pela terceira vez. Jisoo não estava nenhum pouco impaciente, apenas a observava com calma.

Ambas se encararam, porém a expressão era diferente. Rosé estava confusa, e Jisoo parecia tão de boa, já com algumas respostas certas para dar.

- Ok. Essas garotas realmente existes, é isso!? Você tem certeza que não é uma escritora querendo me usar para ter inspiração?

- Não. —Deu uma leve risada. — Eu não sou nenhuma escritora, pode acreditar.

- É difícil acreditar nisso tudo. —Bateu levemente os dedos na capa do diário. — Claro que é profundo, ainda mais essa última página, mas como é possível? Você diz que encontrou esse diário e sentiu conectada, e...?

- Isso mesmo. Eu tinha doze anos, desde então já li inúmeras vezes. Eu sempre quis fazer a dona do diário encontrar o seu amor verdadeiro, mas eu tinha um pingo de noção que eu precisava ter a pessoa certa para ser a outra metade. Era um dos motivos de eu nunca ter vontade de sair da coréia do sul, pois eu jurava que a "Lalisa", nesse caso outra garota, morasse no mesmo país. Eu nunca imaginaria que você, no caso Lalisa, fosse viver em Nova Zelândia.

- Eu também estranhei isso, Jisoo. Não bate com a teoria.

- Não é apenas teoria, ok? É a realidade.

- Você está levando isso muito sério.

- É que... —Se remexeu no sofá. — Elas finalmente se encontraram! —Sorriu. — Estranhamente estou me sentindo completa, tão feliz.

- Tá. Ok. Mas, olha, pelo o quê entendi...—Abriu na primeira página. — Jennie morreu em 1995, e a Lalisa em 1997, certo!?

- Sim.

- Eu nasci em 1997, e creio que você em 1995. —A observou assentir. — Nascemos no ano que cada uma morreu, Jisoo. É tão louco.

- E tão espetacular! Tudo veio conforme o destino planejou.

- Você é louca.

- Sou, sou o quê você quiser, mas acredite, por favor, nos encontramos para ajudar duas pessoas apaixonadas. Você não acha isso incrível?

- Olha, eu não me importo.

- Não seja malvada. —Pegou o diário. — Eu pensei, se você está aqui seja porquê a Jennie ama Nova Zelândia, está escrito na página dois, e eu vim para a cidade que ela aparentemente viveu na infância. Faz sentido, não é?

- Sei lá. Nada faz sentido.

- Você é tão difícil. —Sorriu forçado.

- Eu nem sei porquê estou aqui. —Levantou. — E nem vou questionar o motivo do meu caderno estar com você, pois tudo é essa historinha sem sentido.

- Você não sentiu nada novo, Roseanne? Nenhuma felicidade? Eu me sinto bem com você, e sei quê é por causa delas. Você não sente nada?

- Eu... não sei. Estou tão confusa.

- Por que está com medo de acreditar? Nada mudará se você não quiser, mas eu estou aqui. Podemos ser amigas, qualquer coisa, pois eu realmente queria me aproximar da pessoa que seria a Lalisa. Isso me faria tão bem.

- Você pode estar errada, não é? Nada aconteceu. Além disso, essa Lalisa não é Park, eu sim. Enquanto isso você e a Jennie tem o mesmo sobrenome, assim como você já falou. Então, isso não bate. Por quê o diário estava com algum parente seu? Têm tantas questões.

- Acho que o sobrenome é o de menos, apesar de não compreender algumas partes. E eu também me pergunto o porquê o diário estava com o marido da minha tia.

- Sinceramente não quero mais saber dessa palhaçada.

- Você precisa de um tempo, não é? Tudo bem. Eu estarei aqui.

- Eu não preciso de tempo, e sim que você vá embora.

- Oh! Quer que eu vá embora? —Também levantou. — Sério isso? Você não quer nem ao menos tentar acreditar que fomos destinadas para juntar a Lisa e Jennie?

- Mesmo que eu acredite, o quê isso vai mudar na nossa vida?

- Tudo! Nascemos para ajudar duas pessoas apaixonadas, Roseanne. Isso é lindo e incrível.

- Não é não. Elas estão felizes, e a gente estamos aqui. Estamos nesse mundo cruel e frio, sem a porra da nossa felicidade.

- Eu estou feliz agora, garota! Eu me sinto imensamente feliz por ajudá-las.

- Sorte sua, Jisoo. Eu continuo a mesma, com a minha realidade tediosa.

- Mas eu posso mudar essa realidade tediosa, Roseanne. Podemos ficar juntas, ser amigas que se completam. Eu posso te ajudar, tenha noção.

- Ah, me poupe. —Começou a caminhar para longe. — Você parece ser uma mimadinha que gasta seu tempo inventando histórinhas, já eu tenho uma vida real que devo viver.

- Me espera! —Deu alguns passos para alcança-la, vendo-a abrir a porta e logo sair. — Roseanne! —Resmungou ao escutar o barulho da madeira batendo, para se fechar. — Por que diabos eu inventaria isso?

A coreana se encarou no espelho pequeno do corredor, fazendo careta de decepção para seu reflexo. A mesma já não tinha nenhuma esperança em fazer a neozelandesa acreditar em tudo que realmente havia acontecido. Mas Jisoo sabia que não estava louca, e adoraria ter alguém para compartilhar mais do conhecimento e até mesmo poderem terem esse intenso segredo juntas.

Entretanto, ela não estava mais nenhum pouco afim de convencer alguém tão teimoso para acreditar. Mas sabia que no fundo, ou algum dia, Roseanne sentiria que tudo foi verdadeiro.

You and Me {Concluída}Onde histórias criam vida. Descubra agora