Havia uma caixa,
Uma caixa fechada.
Havia um pássaro,
Um pássaro na caixa fechada.
O pássaro se debatia,
Se debatia na caixa fechada.
O pássaro se debatia porque queria sair,
Sair da caixa fechada.
Enquanto se debatia,
O pássaro cantava,
Cantava na caixa fechada.
Cantava para que o ouvissem,
O ouvissem na caixa fechada.
Cantava para que o tirassem,
O tirassem da caixa fechada.
Porém, quando se aproximavam,
Se aproximavam da caixa fechada,
Tinham medo do que pudesse haver lá dentro,
Dentro da caixa fechada.
Caixas não cantam, não mexem...
Seria esta assombrada?
E o pássaro continuava em sua luta,
Sua luta contra a caixa fechada.
Será que chegariam a tempo
De o libertar daquela emboscada?
E o pássaro continuava se debatendo,
Se debatendo
E sofrendo.
E o pássaro continuava cantando,
Cantando
E gritando.
E o pássaro continuava lutando,
Lutando,
Tentando...
Na caixa fechada.
De tanto tentar, então,
O pássaro estava finalmente a cansar...
A cansar de lutar
Contra a maldita caixa fechada.
Ele não podia respirar,
Ele não podia enxergar,
Ele não podia voar,
Naquela caixa fechada.
E a luz, que já não existia,
Desaparecia ainda mais,
Na caixa fechada.
Pois ela estava fechada,
Tampada,
Lacrada,
E não adiantava fazer nada
Porque ele era só um pássaro,
Um pássaro com as asas quebradas...
Foi, então,
Que de supetão,
Tudo parou.
...
...
...
Aarrrh...!
Havia uma caixa,
Uma caixa fechada.
E quando a abriram,
Ela não tinha mais nada...
Ela não tinha mais nada.
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fragmentos
Poetrycompilação de alguns poemas antigos feitos nos intervalos do ensino médio, aulas vagas e, às vezes, em casa.
