Elas acendem as velas em seus castiçais,
E produzem sombras que dançam fantasmagóricas.
Na parede, as vejo, incendeiam-me,
Incendeiam a minha sombra, as suas sombras.
São as chamas, malditas!
Que carbonizam o meu coração, óh não!
Maldito mundo! Malditos tudo!
Maldita a não-felicidade e a solidão...
Fervem a minha alma cansada
De absorver sentimentos falsos e tóxicos,
Enquanto, por minha voz, ela implora:
- Ó chamas, por favor, levem-me!
Queimem o que me tora, em tom melódico.
E elas se espalham, e elas se expandem,
Nesse quarto negro como a noite.
Gritam o meu nome, as chamas,
E usam o seu fogo, como foice.
Levam consigo, embora,
Lágrimas de pranto, como um canto.
Lavam a minha alma, as chamas,
Como as águas lavam um manto.
Sinto-as, então, ardentes,
Tocarem o meu corpo suavemente.
São elas, as chamas,
Me transformando em cinzas
Em minha mente.
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fragmentos
Şiircompilação de alguns poemas antigos feitos nos intervalos do ensino médio, aulas vagas e, às vezes, em casa.