Brunna
18 de março de 2019.
Eu estava acordando, meu corpo estava tudo dolorido que não consegui evitar o grito de dor.
Brunna: Aí...- tudo em mim doía, abri os meus olhos mais só via tudo preto.
Mãe: Calma meu amor, o médico falou para não se mexer muito... Você acabou de sair de uma cirurgia.
Brunna: Aonde estou mãe?- tudo estava confuso em minha cabeça.
Mãe: Não se lembra do acidente... Filha você sofreu um acidente de carro quando saiu daquela festa.- aos poucos a minha memória foi voltando e me lembrei do carro que vinha na contra mão.
Brunna: O carro estava vindo rápido na contra mão, não consegui sair do caminho...- escutei o barulho da porta se abrindo.
Pai: Finalmente você acordou filha...- senti o seu corpo me abraçando.
Brunna: Pai não tem como acender a luz, está muito escuro não consigo enxergar nada...- por um tempo o silêncio ficou presente naquela sala.
Pai: Filha, você teve uma pancada muito forte na cabeça... Assim que chegou no hospital foi para a sala de cirurgia, e o...- comecei a me desesperar.
Brunna: Pai, porque você não acende a luz?- lágrimas caiam de meus olhos.
Pai: Brunna o médico deu o melhor dele, mas a pancada... Filha a luz esta acesa.- eu comecei a me desesperar.
Brunna: Eu estou cega pai, nunca mais vou enxergar de novo...- ele me abraçou com força.
Pai: Não diga isso... Não vamos desistir, a muitos tratamentos que você pode fazer filha...- eu o abracei com força.
Brunna: Pai, eu tô com muito medo.
Pai: Vamos estar aqui com você... Vai voltar a enxergar Brunna.
05 de outubro de 2019.
Já se passou alguns meses e nada de a minha visão voltar, eu não queria sair para nenhum lugar. Ficava trancada em meu quarto.
Não consegui sair daquela depressão, Ficava me lembrando do acidente. Que raiva de mim, porque não deixei aquele maldito celular no chão?!
Pai: Já chega Brunna, você precisa reagir...- meu pai tinha entrado no quarto.
Brunna: Para que eu vou sair daqui? Eu não enxergo nada, tudo é escuro para mim.
Pai: Se você se der por vencida, nunca vai consegui seguir em frente... Sei que é difícil, mas chega de se lamentar... Não pode mudar o passado, mas pode mudar o seu futuro.
Brunna: Que futuro?- senti ele se sentando na cama.
Pai: Tem uma nova médica no hospital, marquei uma consulta para você...- ele me deu um beijo na testa.– Logo cedo, filha não desista de si mesma...
Brunna: Tô cansada, vou dormir...- ele então saiu da cama e eu me deitei.
Não consegui dormi, fiquei me revirando na cama. Pensando nas festas e garotas que eu pegava.
Me dei conta que não posso mais ser aquela menina, só me resta aceitar essa nova eu. Vai ser difícil, mas meu pai tem razão já está na hora de esquecer o passado e viver esse novo futuro que me resta.
Senti o sol em meu rosto e percebi que já era de dia, escutei barulhos pela casa. Deduzi que era hora de meu pai ir para o hospital. Saí do quarto e fui para a cozinha.
Brunna: Que horas é a minha consulta?
Pai: Daqui a uma hora...
Brunna: O senhor pode me esperar, vou só colocar uma roupa...
Pai: Posso sim... Você não vai se arrepender filha.
Brunna: Mãe, me ajuda a escolher uma roupa?
Mãe: Claro meu amor...
18 de outubro de 2020.
Sentir a brisa do vento em meu rosto, escutar o barulho das crianças brincando na areia da praça e até mesmo a quentura do sol sobre minha pele. Virou uma rotina do meu dia.
Gabriel: Bru, hoje vai ter um jantar lá em casa... Meu pais vou fazer vinte anos de casados, ela pediu para te convidar.
Quando eu aceitei essa nova realidade, entrei em um grupo de apoio a pessoas cegas. Existem muitas pessoas que apesar de perderem a visão fazem coisas incríveis, escutar suas histórias de superação me fez criar forças para continuar.
Foi lá onde conheci o Gabriel, hoje somos grandes amigos. Ele perdeu a visão ainda criança, mesmo assim nunca perdeu as esperanças de tocar piano. E hoje ele toca em alguns musicais famosos.
Brunna: Seria uma honra ir...
Amora: Au au au...
Gabriel: Pelo visto Amora também quer ir...
Amora era a minha cachorro, meu pai me deu ela a uns meses atrás. Achou que seria uma ótima ideia ter um cachorro comigo quando eu saísse sozinha.
Brunna: Você quer ir meu amor...
Amora: Au au...
Brunna: Então vamos tá lá...
Alfredo: Senhora Brunna, seu pai me mandou lembra-la da consulta com a sua médica...- Alfredo era o meu motorista.
Brunna: Verdade Alfredo... Gabriel eu te que ir, nós vemos mais tarde...- dei um beijo em sua bochecha e andei com a Amora até o carro.
Eu não sabia que naquele dia, naquele hospital. Minha vida iria mudar, um simples esbarrão e algumas palavras ditas. Algo em meu coração gritou.
Estranho esse negócio, parece que a conheço de anos. Fui para a minha consulta com a Amanda.
Amanda: Bom dia Brunna, como você está?- ela veio me abraçar.
Brunna: Estou bem, estava no parque com o Gabriel...- me sentei na cadeira.
Amanda: Como ele está?
Brunna: Bem... Eu encontrei com a sua prima, ela falou que você a expulsou só porque ia me atender.
Amanda: Do que está falando, prima?
Brunna: Sim, esbarrei com ela na escada...
Amanda: Você deve tá falando da Larissa... A gente mora juntas, ela veio para trabalho.
Brunna: Então o nome dela é Larissa... Ela é muito simpática, gostei dela.
Amanda: Você deveria vim jantar na minha casa amanhã, a Larissa precisa conhecer amigas por aqui...
Brunna: Acha que seria uma boa ideia?
Amanda: Sim, você vai gostar de ser amiga dela... Ela vive para o trabalho, tem que se distrair um pouco... Então tá combinado, amanhã você janta lá em casa.
Brunna: Pode deixa, estarei lá!
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Enxergando com amor #BruLari
FanfictionDepois da morte de seus pais Larissa vai para um orfanato, a pobreza e o desprezo das crianças a faz mudar. Seus pais a educou para não se importa com dinheiro e ganância, mas Larissa não suporta a ideia de que uns tenham mais que outros. Bruna...