Capítulo 13

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– Hina? – Neji bateu na porta do quarto da garota com um carrinho com a comida da prima sobre ele e Hanabi segurando na pontinha do terno dele. Nenhuma resposta. – Hina, estou entrando.

Avisou, abrindo a porta lentamente, dando de cara com a morena sentada no chão, no pé da cama, encolhida ali.

– Sai daqui, Neji – resmungou com fome, vendo o primo entrar com o carrinho, mas logo um sorriso apareceu no rosto da garota quando viu a irmã correr até ela e a abraçar. – Oi Hana!

– Hina! – A menina exclamou animada.

O vestidinho branco com verde ficava lindo na menor, assim como a tiara de pérolas e pequenas flores. Mas parecia tudo caro demais. Caro demais... assim como o cheiro do perfume que a menina usava.

– Ela estava querendo muito te ver, mas como você estava reclusa, achei melhor trazê-la outra hora – o rapaz explicou, tirando a enorme tampa de prata de cima do prato reforçado que o mesmo havia preparado para ela, além do suco. – Você não tem comido direito a dias. Venha.

A palidez da pele da morena era evidente, assim como as olheiras profundas que denunciavam as noites mal dormidas.

– Eu mesmo preparei seu prato. – Ela o encarou. – A senhorita Sakura não é nenhum monstro, Hinata, venha e coma.

Ele disse por fim, se sentando em uma das poltronas que haviam no quarto. Hanabi, ao ouvir o nome da mulher, abriu um sorriso e olhou para a irmã.

– Ela me levou no shopping ontem e comprou um urso enorme pra mim – disse maravilhada, vendo os olhos lunares da outra a encararem. – E amanhã eu vou estudar de carro!

– O que eu falei sobre aceitar presentes de estranhos?

O sorriso dela murchou e um bico zangado se fez presente, assim como os bracinhos cruzados.

– Ela não é estranha... é amiga do primo.

Hinata revirou os olhos, se negando a comer, mas o estômago fez tanto barulho ao sentir o cheiro maravilhoso daquela comida que fez os outros dois rirem e ela se constranger.

Com um pouco de insistência por parte da irmã, a morena maior cedeu, devorando cada pedaço e garfada de massa, grãos e carne que havia naquele prato, sentindo seu corpo agradecer pela quentura presente e a saciedade que estava o proporcionando, assim como o doce sabor do suco que desceu num alívio incrível.

Assim que a pequena menina caiu no sono após contar sobre as brincadeiras que havia jogado com Neji, Kurama e Sakura. Neji pegou a menor no colo e olhou para a prima.

– Para onde vai levá-la?

– Para o quarto dela, oras – disse como o óbvio, interrompendo os protestos da outra que logo começariam. – Tome um banho e é melhor se acostumar a ficar por aqui, você não está trancada nesse quarto, e sua reclusão na mansão é temporária.

– Eu quero voltar pra faculdade.

– A senhorita providenciará professores particulares para você, até lá... tome um banho, explore o quarto, durma. – Ele empurrou o carrinho para fora e olhou para a prima uma última vez. – Por favor Hina... ela não é uma pessoa ruim.

Ela nada disse, e o primo saiu, a deixando sozinha por mais uma noite. E por mais uma noite, ela ficou olhando aquela suíte enorme. Seda, cetim, mármore, itens de luxo. Tudo do mais fino, do melhor, do mais caro.

Hinata voltou a encarar a cama que parecia a chamá-la, mas não se deitou lá. Estava imunda.

Mais uma noite virada, mas, desta vez, ela tinha algo para fazer. Entrou naquele banheiro como se ele fosse uma armadilha muito bem elaborada, observou os potes de vidro que continham algodão, gases, band-aids, cotonetes, uma caixa que tinha absorventes, outra com tampões. Os olhos foram para os vidros dentro do box. Os líquidos coloridos iam de shampoos à sabonetes, condicionadores, máscaras de hidratação. Tinha todos os itens para cabelo, pele e corpo. Todos.

Cafeína & Nicotina: O Café Da Máfia || Concluída (SakuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora