Ele é um fazendeiro bronco
Ela é mimada
Ele é do campo
Ela uma professora de dança da cidade
Eles são melhores amigos de infância
Ele sequestra ela.
Gael Duarte desenvolveu uma personalidade forte e possessiva. Obcecado por sua amiga de infânc...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Saio da minha fazenda, após mais uma vez deixar bastante comida para minha convida, e dirijo até a fazenda dos meus pais. Tenho que ser esperto, não posso permitir que eles apareçam em minha casa com Linda ainda lá.
Ao chegar, respiro fundo e caminho até a porta da casa grande e acolhedora. Abro e entro, sentindo o cheiro familiar de café e torradas. Vic está no sofá, com um fone de ouvido enfiado em uma orelha e os olhos vidrados no celular, enquanto come uma torrada. Mesmo tendo dezenove anos, ela parecia uma criancinha indefesa assim. Aproximo-me silenciosamente e puxo um dos fones.
- Ei!! - ela exclama, surpresa, mas logo sorri ao me reconhecer. - Ah, é você, caipira.
- Oi, Pirralha... - sorrio, devolvendo seu fone. - Onde estão dona Melissa e o senhor Arthur? - pergunto, tentando parecer despreocupado.
- Mamãe está em seu quarto, ainda triste. Papai está tentando achar notícias do paradeiro de Lena... Você não disse mais nada sobre isso.Bem, não para mim ou a mamãe.
Merda. Com tudo que está acontecendo com Linda em minha casa, esqueci completamente da minha irmã idiota.
- Estou procurando... - Digo depressa desviando a atenção de Vic. - Vou ver a mãe.
Subo as escadas, cada passo ecoando no silêncio da casa. Chego à porta do quarto dela e bato levemente.
- Mãe?...
- Entre, filho, venha aqui. - sua voz é baixa, quase um sussurro, como sempre.
Entro no quarto e me sento ao lado dela na cama. Ela está segurando um álbum de fotografias, folheando as páginas devagar. Espio por cima de seu ombro e vejo uma foto de todos nós juntos, de quando éramos crianças.
- Olhe como vocês eram tão pequenininhos... -- Minha mãe comenta com um pequeno sorriso
Observo o quarto, recordando as muitas vezes que entrei aqui quando era criança, em busca de consolo ou apenas da presença dela. Meus olhos pousam em um quadro do casamento dos meus pais, onde minha mãe parecia tão jovem e angelical ao lado do meu pai, com seu rosto sério e impenetrável. Sempre me perguntei por que havia poucas fotos minhas de quando eu era bebê com eles. Volto minha atenção à mulher sentada na cama, limpando discretamente uma lagrima solitária. Droga, odeio vê-la chorar.
- Mãe, por favor, pare de ficar assim... Lena deve estar perto. Ela está sendo egoísta em te fazer sofrer assim. - digo, tentando confortá-la, embora esteja com muita raiva de Helena.
- Não acho... Fazemos de tudo por nossos filhos, Gael... Um dia você será pai também, não julgue ela. Todos erramos. Somos seres humanos.
Fico calado por um momento. Se minha mãe soubesse o que quero fazer com Linda, ela nunca mais olharia na minha cara.
