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— sabe o que é vinte mil reais? —

A VIAGEM FOI LONGA E TRANQUILA, essa era a vantagem de morar em um lugar totalmente distante de seus familiares

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A VIAGEM FOI LONGA E TRANQUILA, essa era a vantagem de morar em um lugar totalmente distante de seus familiares. Diferentemente de toda a familia de sua mãe, que eram do Rio de Janeiro, Madú, seus pais e sua familia paterna moravam em Pernambuco. A garota também não era tão proxima de seus parentes por parte de pai, porém, eles não eram tão irritantes e intrometidos quando os seus maternos.

Sua manhã, pelo menos, seria mais perfeita ainda se não continuasse naquele aeroporto e corresse o risco de encontrar algum deles ali mesmo, antes do horário do casamento. Ela precisava de um tempo a mais para se preparar mentalmente para a tortura psicológica que viria. Eram tias perguntando sobre o futuro, se ela continuaria com essa "brincadeira" de ser escritora; se não planejaria dar um foco na vida, fazer faculdade, arranjar um bom partido. Eram primas expondo seus namorados –  que por sinal, eram uns diferentes dos outros a cada encontro familiar – como se fossem troféus, tentando fazer com que Maria Eduarda fosse chamada de "encalhada" por toda a família.

A vida amorosa de Madú sempre foi algo totalmente dela, que não gostava de expor, por mais que nos últimos tempos não estava tendo movimentação alguma. E agora que sua vida, antes turbulenta, estava começando a fixar em um solo firme, ela não tinha mais suas táticas de envolvimento. Não tinha mais nenhum contatinho salvo, ou mais nenhuma amizade colorida, e nem mesmo se importava com isso. Esteve ocupada demais tentando escrever seu nome, fazer com que ele fosse reconhecido, e não se arrependia nenhum pouco disso.

Madú conseguiu dormir por cerca de quatro horas, antes de se levantar, assustada, pensando que estava absurdamente atrasada para o casamento. Obviamente não ficou na casa de nenhum familiar, já sabia muito bem o que aomcontecua quando se abria qualquer brecha para qualquer um deles, e como tinha que se preparar até mesmo psicologicamente para o evento da noite, um hotel se tornou a opção mais viável.

Estava se preparando mentalmente para ouvir qualquer tipo de comentário ou piada, sabia bem o quanto aquela gente podia ser intrometida. Contudo, Maria Eduarda pensou, já que iriam de qualquer forma falar sobre ela, então, que eles pudessem ter motivos. No fim da arrumação, Duda se olhou no espelho, e sorriu com o resultado. Seu vestido preto brilhoso, junto com uma fenda ao lado, iluminavam seu corpo, afinal, como iriam reparar, esperava que eles tivessem mesmo no que reparar.

Estava em frente ao hotel, na tentativa de chamar um táxi para levá-la até o local do casamento, o que não estava conseguindo. A maioria dos táxis que passavam por ela estavam ocupados, e isso a deixou bem irritada, já que nem estavam em um final de semana e parecia que a cidade toda tinha compromisso nessa hora. Enquanto esperava, umas senhoras passavam do outro lado da rua, a observando de cima à baixo, com seu vestido preto brilhante, que por si só já chamava a atenção.

– Bem, eu já entendi que se eu ficar aqui, a única inspiração que eu vou ter é como assassinar velhinhas. – Ela sussurrou.

E depois de longos minutos de espera, finalmente um Táxi vazio havia aparecido por lá, fazendo a jovem suspirar de alívio.

𝐈𝐌𝐀𝐓𝐔𝐑𝐎 - Rᴏᴅʀʏɢᴏ GᴏᴇsOnde histórias criam vida. Descubra agora