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- coincidências infelizes -
ELA ACHAVA INCRÍVEL EM COMO PODERIA ser tão enrolada, as vezes. Na volta pra casa, Maria Eduarda tinha solicitado um Uber, mas como errou o endereço do hotel, o motorista a deixou duas ruas antes, e ela teve que ir andando. Seus pés nem aguentavam mais os saltos, então ela os tirou e foi andando.
No dia seguinte, era o dia de ir embora, bom, pelo menos, para sua família. Ela foi com eles até o aeroporto, não gostaria de deixá-los a par da sua vida, ou que se intometecem e dessem opiniões não solicitadas sobre ela continuar na Espanha.
O local estava meio lotado, pessoas andando de um lado para o outro, como sempre acontece. De longe Madú conseguia ver sua família, e mesmo não estando com vontade nenhuma de se aproximar, ela andou até eles, com mala e tudo mais, na esperança de desenvolver um bom papel na enganação.
- Querida, como você demorou! Estamos aqui há um bom tempo. - Uma de suas tias disse.
- Sinto muito, tia, nenhum Uber estava aceitando. - Uma boa resposta, ela considerou ser. - E mesmo assim, meu vôo é depois do de vocês.
- Ah, você não vem com a gente, Madú? - Sua prima, Letícia, pergunta, segurando bem o braço do namorado.
Deus que me livre, ela pensou.
- Não posso, tenho compromissos em Recife.
- Ah, sim, você e seus livrinhos de terror. - Letícia riu. - Quando é que você vai acordar e perceber que a vida é bem mais que seus hobbies, Duda?
- Não são Hobbies, é o meu trabalho. - Maria bufou.
- Um trabalho que mais parece uma diversão.
- Pelo menos eu mesma pago todas as minhas contas com o dinheiro que recebo, não fico pedindo todo mês pro meu pai pagar os meus boletos. - Ela responde, perdendo um pouco a paciência.
- Já chega, vocês duas. - Um homem intervém, seu Tio, Simas.
Chamada para o voo 147, destino Rio de Janeiro, Brasil.
A voz no interfone anuncia.
- Nosso voo vai sair, temos que ir. - Ele completa. - Até mais, Madú, dê um beijo na sua mãe por mim.
- Claro. - Ela sorri falsamente.
Seu Tio Simas e sua mãe não se dão muito bem, não por parte dele, ele tenta de tudo para a reaproximação, mas vacilou feio no passado, portanto, Paula mantém distância.
Aos poucos, os membros da família foram passando por Madú para se despedirem. Foram muitos abraços. Por fim, eles se afastaram, indo em direção ao embarque, dando tchau para Maridão Eduarda, que também retribuia.
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𝐈𝐌𝐀𝐓𝐔𝐑𝐎 - Rᴏᴅʀʏɢᴏ Gᴏᴇs
RomantiekSENDO CONSIDERADA A OVELHA NEGRA DA FAMÍLIA, a prima "encalhada", Maria Eduarda, com seu espírito livre, sua alma autônoma e personalidade única, seguia a sua vida tranquilamente na cidade de Recife, Pernambuco, voltando seu tempo totalmente para su...