▪︎ Capítulo 4 ▪︎

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O rosto de Natasha se desfez. Ela sentia um gosto amargo na boca, que estragava todo o seu plano de relação estável. Queria jogar o celular na parede e socar Steve.

E aparentando estar com a orelha queimando, Steve deu uma batida na porta e foi logo entrando em seu apartamento. Sorridente, levantou o refratário com lasanha.

— Hey, red velvet. Trouxe lasanha e comprei vinho. Está na geladeira — ele deixou em cima do balcão e a viu sentada concentrada na pintura de uma das esculturas — Está fazendo um restaurante?

— É a ideia — respondeu curta.

— Tudo bem, não vou te atrapalhar — Steve depositou um beijo no ombro dela e no pescoço.

Ele saltou direto para o sofá, se distraindo com uma revista que achou jogada. Natasha respirou fundo e o observou de costas para ela.

— Só por curiosidade. Teve notícias do Matt?

— Matt? — ele hesitou — Não.

— Nadinha? Pensei que estivesse perto de conseguir — insistiu, engolindo em seco.

— Nadinha — a mentira era repetida.

Natasha largou o pincel e pegou o celular, olhando o aparelho com desgosto. Ela atirou o celular na barriga dele e rangeu os dentes com a cara confusa dele.

— Vai se foder — ela murmurou, sabendo que ele entenderia.

— O que foi? — não levou mais três segundos para que Steve olhasse a mensagem aberta no celular e olhasse para Natasha com os olhos arrependidos — Merda.

— Sai daqui. Não quero ouvir mais mentiras.

— Matt voltou para cidade e sim, tenho o telefone. Eu só achei que não importasse mais.

— Vai embora! — gritou Natasha, indo ao quarto.

— E quanto o que tivemos ontem? — a seguiu, a postura desajeitada e acelerada enquanto Natasha o ignorava. Steve parecia desesperado para uma correspondência.

— Não aconteceu nada. Não existe futuro com caras como você — suspirou. Nem acreditava que teria que concordar com Shay, Alisson e Julie — Eu já namorei vinte caras assim. O típico canalha que se namora antes de arranjar o certo.

— Isso tudo pelo Matt? Ele é a sua grande chance, certo? Um cara que não vê faz vinte anos — Steve pôs as mãos na cintura, meio irritado e meio chateado — Você nem sabe o que quer, Natasha. Tudo por causa de um número.

— Steve, você é um idiota com as mulheres que transa. Quem é você para me acusar sobre querer ou não querer algo? — ela engoliu o nó na garganta e ergueu o queixo — E eu aposto que se tivéssemos trepado ontem, você teria se mandado há tempos.

— Quer saber? Se você quer fazer desse jeito então tudo bem! — ele não persistiu mais.

Steve atravessou a sala e se retirou batendo a porta, ainda ouvindo xingamentos de Natasha.

💡

Natasha havia feito um telefonema para Matt naquela manhã, ele a atendeu. Parecia que as coisas se encaminhavam de forma boa e que Matt e ela teriam uma boa relação pra desenvolver.

Ele a convidou para um jantar, num restaurante caríssimo. A ocasião pedia um vestido sofisticado, então ela saiu para comprar e fazer a maquiagem.

Enquanto tirava pedaços de lã do vestido preto, pensava em como sentia falta de uma conversa idiota. Desde que Steve tinha sumido de seu apartamento e consequentemente parou de encontrar com ela no corredor, sua vida parecia mais parada e sem... graça.

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