Feliz e ponto.

Ficaremos bem - 3

— Oi amor, tava te procurando! – Sofia aproximou-se linda em um vestido lilás cheio de brilhos, e completou ao perceber que Diego não estava sozinho. – Ah, oi, eu sou a Sofia!

— Prazer. Eu sou a Aída.

— Você? – Sofia demonstrou surpresa ao ouvir o nome.

— Sim... eu – respondeu Aída num riso nervoso.

— O Diego e o Denis falam muito de você. – Sofia disfarçou.

— Espero que falem bem. – completou Aída tentando disfarçar o constrangimento do momento.

— Ah, sim, eles sempre te elogiam, sempre falam no quanto vocês se divertiam, na época da faculdade – Sofia falou com simpatia, embora demonstrasse certo nervosismo diante de Aída.

— Bons tempos. - Aída finalizou a conversa, afastando-se do casal.

No alto falante o cerimonialista solicitava a presença de pais e padrinhos na área do salão onde aconteceria a cerimônia. Nesse momento, Denis passou pela prima, nervoso, parando de súbito e voltando alguns passos para trás ao se dar conta de que era Aída.

— Prima! Desculpa, tô tão nervoso, nem tinha visto que era você.

— Sem problemas – sorriu, tentando tranquilizar o primo.

— Eu tô bem nervoso mesmo, mas nem é pelo casamento.

— É por que, então?

— A Julia tá grávida.

— Você vai ser papai?

— Sim – Denis respondeu emocionado, recebendo o abraço da prima – A gente decidiu que vai anunciar depois do sim.

— É uma ótima notícia, você deveria estar feliz e não nervoso.

— Você conhece nossa família? Todo mundo diz que eu tô com idade para casar, mas eu ainda nem tenho uma estabilidade financeira e agora, além de casado, eu ainda vou ser pai!

— Fica tranquilo, vai dar tudo certo. A Dani é gente boa, e seus pais vão te apoiar, e se precisar pode contar comigo.

— Você acredita mesmo nisso? Que vai dar tudo certo?

— Claro! Você tá fazendo tudo certo, tá casando, já se formou, já tem emprego...

— Mas não é "o" emprego, né?

— Cara, fica de boa, sério!

— Sei lá, às vezes, acho que vai virar uma confusão, fico até imaginando a tia Dora, tia Marisa...

— Quer saber? Você tá fazendo tudo certo do jeitinho que eles gostam, e se você fizesse tudo errado, bom as pessoas falam de qualquer jeito.

— Principalmente a tia Dora – Denis riu.

— Principalmente! – Aída concordou com Denis sorrindo de modo tranquilizador para o primo.

— Denis, meu filho, vamos você é o noivo! – disse tia Joice, a mãe de Denis, percebendo então com quem o filho conversava. – Ah, oi Aída, que bom que você veio, mas depois vocês conversam, agora a gente precisa casar esse moço.

— Oi, tia Joice! Vai lá, Denis! – Aída deu um tapinha de leve no braço do primo, incentivando-o a ir em frente e sorriu para tia Joice, que estava feliz em levar o filho único ao altar.

A cerimônia foi bonita, o cerimonialista fez um discurso belíssimo, bem diferente dos sermões de casamento clichês, Aída emocionou-se com as belas palavras e com o modo como Denis e Julia se olhavam, cúmplices, no altar. O momento em que os dois anunciaram a chegada do bebê foi um misto de palmas, gritos de felicidades, acompanhados, obviamente de críticas sussurradas por parte dos moralistas, como tia Dora.