Legado

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Jeffrey Dahmer é considerado um dos assassinos em série mais notórios da história dos Estados Unidos. A crueldade e sadismo dos seus assassinatos, somado ao fato de praticar necrofilia e canibalismo, chocou o público. Dahmer escolhia vítimas que viviam a margem da sociedade, cujo desaparecimento não chamaria muita atenção das autoridades. De fato, alguns dos assassinados não foram sequer reportados como desaparecidos até algum tempo depois. Com exceção de uma vítima heterossexual e outra bissexual, todos os alvos de Dahmer eram gays como ele. Ativistas de direitos LGBT afirmaram que um dos motivos para as autoridades não se importarem em pegar Dahmer ou pôr ele como prioridade foi o fato de suas vítimas serem homossexuais. Havia também um componente racial. Das suas dezessete vítimas, apenas dois eram brancos (os dois primeiros), com um sendo nativo americano, um era multi-racial, outros quatro eram de diferentes raças e nove deles eram afro-americanos. Em entrevistas depois de preso, Dahmer negou que havia em seus ataques qualquer aspecto racial. "Eu simplesmente escolhia a pessoa que achava mais atraente, independente da raça", Jeffrey falou em um programa da CBS em 1993.

Os poucos bens que Dahmer tinha passaram para as famílias das vítimas. Contudo, ao invés de vende-los, as famílias concordaram em destruir tudo. O apartamento onde Dahmer cometeu seus crimes foi demolido em 1992. Vigílias foram feitas em homenagens às vítimas, em 1992 e em 1994.

A família de Dahmer também foi afetada. Seu pai Lionel escreveu um livro, A Father's Story (1994), onde em vários momentos culpou sua negligência na criação dele e afirmou que era perceptível ao longo dos anos as mudanças na personalidade do filho. Lionel deu uma boa parcela dos lucros da venda do livro para as famílias das vítimas. Lionel também disse que ele e sua nova esposa não mudariam de sobrenome e disseram que amavam Jeffrey, apesar dos seus crimes terríveis. A maioria das famílias das vítimas demonstrou apoio a Lionel e deram uma resposta positiva ao livro dele, mas duas famílias processaram ele por usarem o nome do seu parente assassinado sem o consentimento deles. Uma outra família, a de Steven Hicks, processou os Dahmers também mas por homicídio culposo, exigindo reparações, argumentando que a negligência parental deles resultou na morte de Hicks. O caso foi dispensado pouco tempo depois por uma corte.

Joyce Flint, a mãe de Jeffrey, faleceu em 2000. Antes de sua morte, ela já tinha tentado suicídio pelo menos uma vez. Já David, o irmão mais novo de Dahmer, mudou seu sobrenome e hoje vive em anonimato.

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