▪︎𝐃𝐨𝐧𝐨 𝐝𝐨 𝐦𝐨𝐫𝐫𝐨▪︎

2- Carne nova no pedaço

POV C.B.L

Qualquer pessoa que entra, e saí, meus parceiros passava a visão do esquema. Sou Cabelinho, dono do morro, e vou passar a visão pá vocês de como funciona as parada por aqui. Nós aqui é comando vermelho, ficamos bem no alto mermo, lá pra mata, com as paradas para observar o movimento embaixo. Comigo, o papo é reto, tem essa não tem segunda chance, tá ligado? Errou, vai pro micro-ondas. Cana aqui não se cria, mermão. Ou sai da favela ou é morto por nós mermo.

— Qual foi, Cabelinho. Chegou uma mina nova na favela – Poze passava a visão do bagulho pa mim, enquanto bolava meu baseado boladão das ideias

— Tem papo curto não, tá ligado? Quem é ela? E onde essa mandada mora? — Perguntou o moreno, fechando o baseado

— Ih, mermao, ela mora na casa da tia — Ele disse com o fuzil na mão, olhando pro moreno

— Mais uma? Porra, tá foda. Vai abrir um orfanato. Já basta a Mel lá. Tia tem que passar a visão do certo, porra. Fala pá ela que quero conhecer essa novinha aí, pra saber qual é da dela — Exclamou tragando, soltando a fumaça pra cima

— Tá suave, vou lá passar a visão pra ela e trago a mina aqui — deixou o fuzil lá, porém, foi com a pistola na cintura

~Pov Bella Campos

Eu havia dormido de barriga vazia, não admitia comer lá. Tudo parecia tão..  ruim, sabe? Mel ainda implicava comigo, mas eu não ligava. Tinha medo de acabar falando besteiras e ela acabar falando com algum traficante. Durante o dia todo, permaneci no quarto, mexendo em meu notebook da Apple de última geração, até que ouço batidas na porta

— Pode entrar — Falei gentil, logo vendo minha tia ali — O que foi, tia? — Perguntei confusa

— Vem cá, bella. Querem te conhecer — Minha tia falou, eu apenas concordei, deixando o notebook na cama, se levantando.

Assim que cheguei na sala, notei um homem que parecia viciado, drogado, não sei dizer ao certo.

— Ih, e num é que a novinha é bonita — Ele disse baixo, mas o suficiente para mim escutar — Fica tranquila, tia. Chefe só quer ver quem é ela, sabe como funciona o esquema, né? — Sorriu pra mulher, que apenas concordou, sem dizer nada. — Bora lá, novinha — Ele andou na frente, e eu atrás, me cagando de medo.

POV C.B.L

Tava tranquilão na minha com meu baseado, observando as luzes lá de baixo da favela, até que ouço poze chegando com a tal mina. Me levantei na cadeira, indo até a novinha, que por sinal é uma gatinha

— Fala aí, novinha. Dá o papo reto, tu é o que dá tia? E o que uma patricinha faz por aqui? — Perguntei analisando ela da cabeça aos pés. Que novinha gata, papo reto

— E-eu.. sou sobrinha dela. Meu pai foi preso, tive que vir pro Brasil — Ela tava com medo de mim? Porra, novinha. Umideci meus lábios tranquilo, segurando o fuzil

— Fica tranquilona, princesa. Tu tá falando com o dono do morro, não com um estruapador — Mandei o papo reto, odiava novinha que ficava com medo de mim — fuma aí, poh. — Dei o baseado pra ela, que recusou

— Não, senhor. Não fumo — Negou, tava trêmula pra caralho

— Senhor o caralho, sou policial pra tu me chamar de Senhor? — Perguntei, ela negou — Me chama de Cabelinho, se ligou? — Ela concordou

— Posso ir embora? — Ela tava mermo com medo de mim, foda, parceiro, pensei, suspirando

— Fica aí um pouco, poh. Quero conhecer a novinha que entrou no meu morro — Falei mermo na cara de pau

— E- eu sou Bella Campos, prazer — Estendeu a mão, mas eu não peguei não.

— Prazer só na cama, princesa. Tu já sabe meu nome. Senta aí, bora beber umas cerveja, precisa ficar com medo não, tá ligado? — Ela afirmou, sentando do meu lado, quieta e nervosa.