8- Baile de Favela²

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NARRADOR

O som do baile, podia-se ouvir a metros de distância. Bella tentava dormir a todo custo, mas parecia que aquele som, estava dentro de sua cabeça. A mulata bufou enfurecida levantando da cama, calçando seu chinelo, apenas colocando qualquer roupa sua, deixando seu cabelo jogado. Iria pedir ao "dono" do baile para que pudesse abaixar pelo menos um pouco, já que não precisava disso tudo, ninguém é surdo. Bella subiu as escadarias que dariam no baile, recebendo olhares e cochichos de mulheres, uma delas até citou seu nome como "a mulher do dono", Bella apenas fez sua expressão de nojo, revirando seus olhos com aquilo. Ela jamais pensaria em ter algum caso com Victor, muitos fatores envolvidos! Um deles por ele ser o dono do morro, isto não era algo que estava na mente da mulher. Assim que Bella chegou lá em cima, viu a multidão a sua frente, e no palco, Victor e seus amigos com o fuzil na mão, jogando pra cima. A garota adentrou o meio de todos, esbarrando nas mulheres, até chegar em Victor, que estava com seu baseado na mão livre.

Victor: olha só quem veio, a delicinha — Ele provocou a mulher, que batia seu pé no chão, com o semblema em puro desdém

Poze: acho que ela tá bravinha, chefe — O mais novo cogitou, com sua bebida na mão

— Poderia por favor abaixar essa maldita música?! — Ela perguntou com seu tom alto, deixando Victor com sua sobrancelha arqueada. Ninguém gritava com ele.

Victor: Vem comigo — Ele disse autoritário, e como a menina tinha um leve medo dele, foi atrás do mesmo, até que chegaram em um beco vazio. Victor se aproximou da menina, pegando em seu queixo — Não gosto que mulher nenhuma grita comigo na frente dos meus homens, isso me faz ter uma imagem vunerável, pretinha. Então pega a visão do bagulho, da próxima, não vou ser bomzim assim não, tá ligado? — Ele exclamou, soltando o queixo da mulher, se afastando dele, agora dando-a o seu copo de whisky com gelo de coco — Bebe aí e para de dar uma de paty da favela, isso já tá feiao pra você.

— Como assim Paty? — A menina olhou para ele confuso, observando o movimento das demais pessoas ao seu redor — Eu não gosto de bebidas alcoólicas — Negou ao seu pedido, olhando-o com desprezo.

Victor: Tu não acha que tá muito mandona não? Eu sou o dono do morro, cumpade. — Ele falava com a menina, que se mantia calada, não ousaria abrir a boca — Agora bebê, fica suave, poh — Ela respirou fundo, convencida, pegou o copo, começando a beber. Conforme Bella foi bebendo, seu organismo foi gostando, até que era bem.. delicioso? O Whisky gélido descia pela garganta da menina.

Alguns longos minutos se passou, a mulata já estava mais solta, mais comunicativa. No meio da multidão dançando com o dono do morro. Hora vai, hora vem, ela já estava bebaça, tropeçando no próprio pé, Victor jamais iria se aproveitar disso. Ele optou por levar ela em casa. Desceu o morro com ela em sua garupa, até que chegou no portão de sua casa.

— Até que não foi tão ruim assim, Dono do morro — Sua voz saía arrastada, estava completamente embriagada — Gostei de você, Victor — Ela abraçou o rapaz, deixando um beijo na bochecha dele, logo entrando pra casa.

Victor: Você ainda vai ser minha, delicinha — Ele disse para si mesmo, com um sorriso bobo no rosto.

▪︎𝐃𝐨𝐧𝐨 𝐝𝐨 𝐦𝐨𝐫𝐫𝐨▪︎Onde histórias criam vida. Descubra agora