Onze

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Manhattan, New York, EUA
Sina Deinert's point of view


Depois daquele dia, a situação foi ladeira abaixo.

Por mais que minha intenção fosse resolver definitivamente a situação com Noah, nossa conversa não me deixou nem um pouco aliviada. Eu tinha
deixado claro que ele não precisava ir comigo, mas suas palavras ainda pairavam na minha cabeça. Já fazia duas semanas.

Tem algo que você não está me contando, disse ele. Mas eu sou paciente.

Era como esperar uma bomba explodir.

E além de não saber em que pé ficava a nossa situação depois daquela declaração enigmática, eu não tinha conseguido contar nada para Yoon. Ainda. Porque eu ia contar – assim que tivesse um plano de contingência para a situação do casamento. Que seria daqui a três dias. Três.

Olhei para o relógio analógico que ficava em cima da mesa. Oito horas da noite, e o dia não estava nem perto de terminar.

Como poderia se nada estava saindo conforme o planejado? Eu não tinha encontrado ninguém para substituir Linda e Patricia, então eu mesma
continuava cobrindo as duas. Eu ainda não tinha decidido como entreteria os convidados durante todas as dezesseis horas de duração do Open Day. E tinha descoberto que um potencial cliente, Terra-Wind, estava tendo conversas com um de nossos maiores concorrentes. Não porque fossem melhores do que a gente, mas por serem uma daquelas consultorias que
oferecem serviços a preços ridiculamente baixos.

Uma crise com a qual eu estava lidando nas últimas três horas.

— Obrigado, Srta. Deinert — disse o homem de terno preto na tela do meu laptop. — Vamos estudar sua oferta e chegar a uma decisão.

Assenti.

— Obrigada por ter reservado esse tempinho para ouvir nossa proposta, Sr. Cameron — falei, me obrigando a sorrir com educação. — Vou aguardar seu retorno. Boa noite.

Finalizando a chamada com o representante do conselho da Terra-Wind, tirei o fone e fechei os olhos por um instante. Meu Deus, eu nem sabia dizer como tinha sido a reunião. Só esperava ter convencido o homem. Minha equipe valia cada centavo, e a Terra-Wind era uma empresa de energia renovável que tinha os recursos e o potencial para fazer a diferença no estado de Nova York. Eu queria aquele projeto.

Abrindo os olhos, vi o nome da minha irmã piscando na tela do celular, o que causou um turbilhão de emoções. Em qualquer outro dia eu teria atendido automaticamente. Mas não naquele. Eu já tinha deixado várias chamadas dela caírem na caixa postal. Se fosse uma emergência de verdade, a família inteira estaria ligando sem parar.

— Sinto muito, Jo — falei como se ela pudesse me ouvir. — Não tenho tempo de lidar com mais um apocalipse nupcial.

Silenciei o celular, virei a tela para baixo e passei para a pilha de currículos que o RH tinha enviado para as vagas que eu precisava preencher. Duas vagas. A ideia era dar uma olhada em alguns currículos e levar o restante para casa.

Quatro currículos depois, larguei meu fiel marca-texto e estiquei as costas no encosto da cadeira.

Minha cabeça girava, possivelmente porque eu estava de estômago vazio. De novo. Porque estava fazendo dieta. Bem provável que do jeito errado. Fechando os olhos mais uma vez, me repreendi por ser tão burra.

The german love deception | noartOnde histórias criam vida. Descubra agora