Capitulo 13

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— Agora é sério, para onde vamos? Não podemos passar o resto da noite paradas em frente ao café. — Murmuro por cima de seus lábios macios e doces, dos quais não faço a mínima questão de querer me afastar, no entanto... — É sério, alguém pode nos ver!

Camila se afastou contra vontade, e não pude conter um sorriso por sua graça, ela estava linda com as bochechas coradas e os cabelos desgrenhados, muito menos inatingível do que quando nos conhecemos e a interpretei como uma mulher muito séria.

— Acho que conheço um lugar. — Ela silabou, arrumano a postura sobre o banco. — Você tem o dia livre? — Arqueou as sobrancelhas, me encarando sugestiva.

— Você quer dizer, passar o dia inteiro juntas, tipo, a partir de agora? — Franzi o cenho, meio em pânico. Eu não sabia exatamente o que queria dizer.

— Se você não quiser tudo bem, não quero te pressionar a nada. Mas, eu sinceramente sou uma dona de casa que passa o dia no spa ou jogando frisbee com um pastor alemão no parque, não tenho nada melhor pra fazer. — ela deu de ombros.

— É sábado, então eu também não tenho. — Suspirei — Mas não posso só... sumir. Tenho que avisar a vovó. — Pontuei, ainda relutante.

— A gente pode passar na sua casa antes e você deixa um bilhete. — Ela sugeriu.

— E se alguém nos ver?

— Quem nos veria juntas as 4 da manhã?

— Seu marido? — Sugeri, meio óbvia.

— Tudo bem, podemos apenas ir pra casa então. — Ela começou a se preparar para ligar o carro, em silêncio. Não parecia brava, nem nada do tipo. — Vou parar um quarteirão antes, não se preocupe.

— Camila? — guardei uma mecha de cabelo atrás de sua orelha, gentilmente.

— Sim? — Seus olhos brilharam em esperança, e não pude dizer não.

— Dirija para onde quiser, vou ligar pra vovó no café da manhã.

Seu sorriso de orelha a orelha aqueceu meu coração, e não pude deixar de admitir o quanto ela ficava sempre mais linda enquanto sorria. Havia uma aurea ao redor dela que me causava um completo estado de magnetismo.

Ela dirigiu satisfeita ao som de uma playlist bem calma. Em algum momento, Dayligth do David Kushner começa a tocar. Camila sussurra a música baixinho, ainda focada na estrada. Seus dedos tamboliram lentamente as notas no volante.

— Eu amo essa música. — Ela afirma quando a música termina e ela volta o player novamente.

— É meio religiosa demais, não acha? — Murmuro, encarando seu perfil. Seus lábios se esticam em um pequeno sorriso, e ela olha pra mim por um segundo.

— Se encara-la de maneira crua, é meio sobre como estamos todos perdidos. Sobre a escuridão que nos cerca. — Observei o horizonte, vendo ela se afastar da cidade.

— Na verdade é sobre um homem que se afastou de deus... — Teimei, fazendo ela rir.

— Pode ser a intenção do autor, mas para mim, é sobre perdição... — Camila deu de ombros.

A música finalmente acabou e Atlants tocou em seguida, sendo o piano bem presente na melodia, assim como em todas as músicas anteriores.

Continuei olhando para Camila em silêncio, a  canção se fundindo a mim. Sua pele reluzia perante o sol que começava a nascer. Ela era tão linda...

— Se não parar de me encarar assim, vou ter que parar o carro e te beijar aqui mesmo. — Sua voz era suave, mas aqueceu todo o meu corpo.

— É mesmo? — recostei a cabeça no banco, sem deixar de encará-la.

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