ROMANCE FILOSÓFICO

CAPÍTULO V: - DIALÉTICA SILIMALIANA

DIALÉTICA SILIMALIANA

Os dias foram se passando e o meu amor pela Filosofia foi aumentando. Era uma paixão que eu não consiguira justificar.

A minha esposa tentava se conter com as minhas saídas a biblioteca, mas o ciúme sempre tomou conta. Era como se uma parte dela estivesse sido trocada por uma outra mulher que ela suspeitava que frequentava a mesma biblioteca.

Num dia comum, como todos os outros, após o trabalho e um momrnto pequeno de descanso, eu saí como de costume a biblioteca para o meu enriquecimento mental.

Mas ao olhar para trás a vi me seguindo e a questionei o porquê.

Silima: - Porquê me persegues? (questionei)

Lenny: - Eu quero conhecer a essa tal de Filosofia... (respondeu)

Silima: - A Filosofia é só um livro!

Lenny: - Essa tal de Filosofia não é só um livro não, do jeito que tu tens lhe tratado não se trata de um livro... Você mal come bem por causa de um livro? Conta outra Silima!

Silima: - Não acredita em mim? (questionei)

Lenny: - Como vou acreditar em alguém que troca a sua esposa por um suposto livro? (respondeu)

Silima: - Para de ser dramática, se quiser vamos e eu te mostro o livro de Filosofia.

Mas não sabia eu ao proferir tais palavras que o livro de Filosofia havia sido roubado na biblioteca.

Convencido de que acabaria de uma só vez com todas as especulações e mitos que as víboras criaram sobre a minha pessoa, eu seguia a passo para aquela biblioteca. Seria um xeque-mate bem dado e demonstrado ao meu favor.

Seria a prova viva de que não estivesse me encontrando com nenhuma outra mulher ou dormindo em lençóis alheios. Seria o fim de todas as dúvidas que ela carregava sobre as minhas saídas a biblioteca.

Porém, em um aspecto eu estava certo quando achara que seria o fim de todas as dúvidas, mas não contara que o mesmo fora o fim de tantas dúvidas e início de todas as certezas.

De especulações para a realidade, não que fosse real, mas aos seus olhos dava uma ideia da verdade que ela mesma criara.

Quando chegamos a biblioteca o livro de Filosofia não estava lá, preocupado questionei acerca, mas infelizmente nem ao dono soubera do seu paradeiro.

Para a Lenny tudo aquilo passara de uma insinuação minha e do Sr.Charles como forma de esconder a  verdade que ela mesma cria.

E não ver a famosa Filosofia daqual eu sempre defendi de corpo e alma, e jurava que a mesma existia, a Lenny concluiu que tudo aquilo era uma jogada para lhe distrair e encobertar as minhas aventuras românticas com a minha amante que ela julgava ser Filosofia.

Lenny: - E essa Filosofia só é roubada quando eu decido conhece-lá! Quer saber Silima, eu já me cansei de suas mentiras e vou-me embora da sua vida. Você pode ficar com essa tal de Filosofia que lhe satisfaz em todos os momentos! (falou de forma exaustiva).

Ela se retirou e partiu, não para nossa casa, mas para casa dos seus pais.

Mas porquê que a vida tem dessas? Porquê que tudo muda do nada? Porquê que as pessoas acham certezas nos males entendidos?

Eu só queria mostrar o valor de Filosofia, mostrar que a Filosofia faz parte do nosso dia-á-dia. Mostrar que a Filosofia é a essência e a solução dos nossos problemas.

Eu queria que ela conhecesse a Dialética Silimaliana que a Filosofia tivera me mostrado.

Na Dialética Silimaliana nós encontramos três fases. Onde a primeira é a fase do Sentimento, a segunda é a fase do Pensamento e a terceira fase é a fase do Questionamento.

Na primeira fase, a fase do Sentimento, é a fase em que tudo inicia. É nessa fase onde as questões sentimentais se manifestam. É aqui onde a atitude Filosófica é tida pela primeira vez.

É nessa fase que a dúvida, o espanto, a admiração, a curiosidade, o interesse, a satisfação, a insatisfação,a aceitação ou negação, etc. São manifestadas apartir de um sentimento.

Mas a Dialetica Silimaliana não termine por aí, ela chega na segunda fase que é a fase do Pensamento.

Um pensamento é movido por um sentimento, é na fase do pensamento onde o ser cria as suas ideias com base em seus sentimentos e o mesmo busca interpreta-lás seguindo desse modo para a terceira fase, que é a fase do Questionamento.

É na fase do questionamento onde o ser questiona a essa mesmo pensamento e dá entrada ao verdadeiro Espírito da Filosofia que é o Espírito Crítico.

Na fase do questionamento nós encontramos o Espírito Crítico que por sua vez nos remete a atitude crítica. Essa fase pode ser apresentada por duas partes, onde a primeira é manifestada pelo o que trás o pensamento e se questiona a si mesmo.

E a segunda parte é manifestada pelo mundo fora, ou seja, pelas pessoas que ouvem as nossas ideias.

A atitude crítica na Filosofia Silimaliana nem sempre pode ser representada pelo mundo fora, a mesma pode ser manifestada por si próprio em relação ao seu próprio pensamento.

É comum encontrar na Filosofia filósofos que questionam aos seus próprios mestres e mestres que questionam as suas próprias ideias.

A Filosofia não se limita em apenas trazer um pensamento filosófico, mas ela se preocupa em fazer o questionamento desse mesmo pensamento. Ela vai além das ideias ou pensamentos criados, ela se interessa mesmo pelo surgimento desse mesmo pensamento.

E é nesse interesse que a Filosofia Silimaliana descubre que a todo pensamento é movido por um sentimento.

Nada é pensado sem antes ter sido sentido.

A todo pensamento que trazemos, é fruto de um sentimento que possuímos.

E no momento a dor que eu sentia me fazia refletir no que estivera acontecendo.

Para quem achara que a Filosofia era a solução de todos os problemas, foi como uma decepção o que acabava de acontecer.

Mas no entanto, ao entardecer da noite, no momento em que nada mais fazia sentido. A dor e a solidão me consumiam aí sim a Filosofia chegou  para falar comigo. E como disse o grande Hegel:

"A Filosofia é como a Coruja da minerva que chega ao entardecer do Crepúsculo."

E na hora que eu menos esperava a polícia entrou com o livro da Filosofia que havia sido roubado.

O dono da biblioteca me entregou e eu comecei a ler em busca de respostas, mas aquilo foi mais do que uma simples leitura, foi um questionamento movido pela sentimento de dor que sentira naquele momento.