CAPÍTULO III: EM BUSCA DE RESPOSTAS FILOSÓFICAS

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EM BUSCA DE RESPOSTAS FILOSÓFICAS

De todos os livros que li, aquele era o que nunca antes havia lido.

De todas as mulheres, aquela era a que nunca antes havia tocado. Pegar em seus lábios me criavam arrepios, folhear as suas páginas me deixavam em outra dimensão.

Era o surreal sendo real. O milagre da biblioteca. O único dos livros que traria vida aquele lugar. E a mulher que podia colorir a esta mesma vida.

Me encantei com o seu nome, nome esse que tivera um significado importante.

Filosofia, cuja o "Filó" significa "amante" e a "Sofia" significa "sabedoria".

Era uma leitura que nunca mais teria volta, uma indagação para vida inteira, pois quem se encontra com essa mulher nunca mais a quer deixar.

Ela é tão impossível que as suas lembranças ficam até "7 minutos depois da morte". É a condenação mais bela que eu já conheci, pois dentro dela mesma não se encontra a prisão como tal, mas a liberdade pela qual sempre proclamamos.

É dentro da Filosofia que o homem se descobre, não apenas como sendo homem, mas também como um questionador de tudo o que lhe rodeia e até aos que ele mesmo os rodeia.

Estar naquela biblioteca e pegar naquela mulher me fez abrir olhos do mundo em que eu vivia.

Os poligramos dizem que uma só mulher não satisfaz as suas as necessidades, mas eu diria que a Filosofia como minha mulher responderia a todas insatisfações.

A vida filosófica vai além do superficial. Ela mexe com as causas e tange os intangíveis. Torna real o sureal e existente o que aparentemente não existe. Ela questiona até ao porquê das coisas não terem existido.

E quando as mesmas existem as questiona o porquê das mesmas terem existido.

A mulher na qual eu falara dela, não era tão fácil de se compreender. Era difícil de entender ao olho nu o que ela me quisera dizer com as suas palavras. Eu até queria saber mais sobre ela, mas até da hora já havia passado.

Após acompanha-lá ao seu lugar, peguei no celular e vi as chamadas da minha esposa. No momento passado não me preocupei com as mesmas, pois estava com a Filosofia. Mas após ter-me despedido dela me fizera se recordar e voltar para o mundo sensível.

Liguei-á de imediato e ela com unhas e garras me agredia, de todas as formas e até verbalmente.

[Ligação On]

Lenny: - Aonde é que você está? (questionara preocupada).

Silima: - Eu estou voltando para casa!

Lenny: - E não atendia as minhas chamadas porquê? (o rumo foi mandado).

Silima: - Já lhe tinha dito que estava em uma biblioteca, lugar de silêncio sensível e falências idealistas...

Lenny: - Não me venha com essas conversar Silima!

Silima: - Sinto muito, mas eu não posso continuar uma chamada sendo que estou voltando para casa e poderemos conversar melhor!

Lenny: - Faça-me o favor de chegar o mais rápido possível...(gritou)

[Ligação Off]

Desliguei a chamada, mas acendi a chama. As coisas não pareciam tão boas só de lhe ter escutado ao celular.

Porém, como um cordeiro que se entregara a morte, tal como sacrifício, eu também seguia a passo, para a minha matadoura.

Silima: - Cheguei amor! (conviecido de que tudo estava bem)

Lenny: - Com quem você estava?

Silima: - Já lhe tinha dito que estava na biblioteca...

Lenny: - Não foi essa pergunta que eu lhe fiz, com quem você estava? (questionou novamente).

Silima: - E porquê estaria com alguém? (questionei lamentavelmente).

Lenny: - Não sei, diga-me tu!

Silima: - Estava sozinho... (respondi).

Lenny: - Em uma biblioteca?

Silima: - Sim! (afirmei)

Lenny: - Interessante, você era o único naquela biblioteca então... (agiu ironicamente)

Silima: - Não!

Lenny: - Se disse que estava sozinho...

Silima: - É claro que haviam outras pessoas...

Lenny: - Você disse que estava sozinho!

Silima: - Sim, eu estava sozinho, mas...

Lenny: - Mas o quê? (me imteropeu)

Silima: - Mas...

Lenny: - Você está me traindo? (me interrompeu novamente e questionou desconfiada)

Silima: - Onde quer chegar?

Lenny: - Silima me responde!

Silima: - Porquê de tantas desconfianças?

Lenny: - Você nunca chega tarde...

Silima: - "novecentos e noventa e nove acertos com sucesso e nem um elogio, uma só falha, mil críticas"

Lenny: - Agora estou lhe criticando? É isso? (se enfureceu)

Silima: - Para com isso mulher...

Lenny: - Peço que tu saias...

Silima: - Como assim sair?

Lenny: - Isso mesmo, eu preciso ficar sozinha!

Visto que o clima já não estava aparentemente bom, eu tive que me retirar. Por vezes é necessário ceder a algumas vontades e as respeitar por um momento.

Visto que não me alegrara do clima que estava entre a gente, decide retornar ao lugar aonde eu mais me sentia bem.

Voltei a casa da Filosofia e por ser um grande frequentador, as portas sempre me estiveram abertas.

Entrei e fui ter com ela, e a primeira pergunta que a mim, me fizera, foi, porquê que ela está agindo assim?

Num descuido abri em uma das suas páginas e vi que a mesma me falava sobre o porquê de certos pensamentos buscarem a outras "verdades" diferente das realidades atuais, mas que as mesmas futuramente poderiam se incorporar.

A Filosofia não só nos remete ao pensamento sobre coisas que já ou que estão acontecendo. Ela busca até as coisas que por vezes não vemos com os nossos próprios olhos, mas o ciclo em torno de nós consegue notar.

A Lenny temia que eu me tornasse fanático a biblioteca, temia que a algum dia eu pudesse passar dos limites perder e consciência de mim mesmo.

Perder a noção do mundo que ela julgava ser real e me embaracar em vans escrituras que ela achara que fossem.

Alguns julgam a Filosofia como o conforto dos loucos, onde se vive fora do mundo real. Onde a loucura ganha vida e a consciência se aparta.

Mas a este mesmo pensamento não é tão somente visto para o mundo filosófico, ele também é buscado e cultivado quando se tem a intenção de ferir e não procurar entender o sentimento que se sente pelo outro em relação ao assunto daqual se refere.

A Lenny olhava a biblioteca como um hospício, e agora me pergunto, como olharia para a própria Filosofia?

Se a biblioteca é um lugar de loucos, e a Filosofia cria a o sentimento pela biblioteca, então estaríamos a dizer que a Filosofia é uma loucura?

Se sim, então o que é a loucura?

"Se a loucura é Filosofia, então a loucura é o sentimento que move o pensamento e o questionamento de si mesmo."

Se a Filosofia é uma loucura!

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