Presentes feitos à mão

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Tsukishima se encontrava esperando-os na porta da quadra. Estava pouco frio, por conta do horário, mas nada que o fizesse colocar roupas apropriadas. Estava recostado na parede, mexendo uma das pernas em ansiedade.

- Tsukki, vamos? - Surgiu a voz do esverdeado, que sorria gentilmente. Tsukishima odiava recusar algo com aquele sorriso.

- Desculpa Yams, eu... Tenho de resolver umas coisas hoje. - Negou pausadamente, observou o sorriso do outro de tornar um sorriso compreensivo, mesmo que fosse algo bom, ele se sentia um pouco mal por isso.

- Simbora Tsukishima, achei as chaves do carro! - Gritou Koushi, balançando-as na mão, à mostra.

- Com o terceiro ano? - Questionou Tadashi.

- É, eles precisam de ajuda com... - "Pensa logo em uma desculpa, idiota" - Vôlei.

Yamaguchi o olhou interrogativo, "O Tsukki ajudando pessoas com vôlei, vai chover?"

- Isso mesmo, vôlei. Enfim, boa noite.- Saiu apressadamente, indo até o carro dos veteranos.

Yamaguchi não tinha entendido, mas, compreendido. Saiu assobiando, como quem não quer nada, indo para sua casa.

Tsukishima, por sua vez, entrou no carro, com sua expressão neutra. Suga ligou o carro dizendo "Vamos?" Logo deu partida. Respirou fundo, se mantendo posturado.

- Suga, toma cuidado pra não matar a gente, eu sei que tu dirige igual um motorista de fuga. - Brincou Sawamura, que estava no banco da frente do carro.

- Comediante você hein. - Riu forçado. - Eu sou licenciado bem, e ando conforme as leis e normas de Miyagi. Né, Tsukishima?

- An? Ahm, sim, é. - Kei estava distraído, olhando pela janela, não prestou atenção no que os outros diziam. Era um ambiente constrangedor.

- Submerso em pensamentos, entendo. É assim que lido com esses dois. - Asahi sorriu relaxado.

- Como assim "lidar"? - Perguntou Sugawara, incrédulo. - Sou um santo de pessoa, o Daichi eu já não sei, mas eu? Eu sou um anjo.

- Caído. - Completou Daichi, o provocando. Suga gritou para dentro, fazendo drama, com a mão no peito.

- Se eu concordar eu morro, se eu discordar também. Então só observo e fico caladinho pra não ser castrado. - Sussurrou Azumane para o loiro, que observava tudo como uma criança vendo seus tios trêbados discutirem por coisa besta.

E finalmente chegaram, Tsukishima deu glória á Deus por isso. Entraram, ouvido o sininho de chegada.

- Boa noite! O'que os meninos irão pedir? - Cumprimentaram a moça simpática atrás do balcão, que sorria gentilmente. Sawamura pediu um expresso, Sugawara um chá, Asahi um achocolatado e Kei somente um suco de laranja.

Procuraram uma mesa, e se sentaram em uma que era bem no canto, ao lado da parede de vidro que dava vista para a estrada.

- Então, conte-nos mais sobre essa sua paixão secreta não tão secreta por quê tá estampado na tua cara desde o dia em que nós te conhecemos.

Suga apoiou os cotovelos na mesa, entrelaçando os dedos, apoiando sua cabeça e sorrindo malicioso. Tsukki novamente cora, ouvido risos sinceros dos dois outros garotos na mesa.

Ele suspirou, se encolhendo na mesa, e logo soltou:

- Gosto dele desde pequeno, fui tomar conta de ser gay com treze, me assumi aos quatorze, e ele não sabe nada. - Cuspiu logo tudo de uma vez, querendo se livrar logo daquela situação. Mas ele nunca iria se livrar tão fácil.

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