Suas mãos

231 20 31
                                    

____________________________________________

- Me chamou aqui, por quê? - Perguntou o platinado. Só havia ele e Kei naquela mesa de cafeteria, e o mesmo estava parecendo nervoso, mas tentava manter postura.

- Eu prefiro falar só contigo, o Daichi e o Azumane não ajudam muito.

- Eles vão te matar se souberem disso.

- Você vai contar?

- Não se me pagar um suco. Natural, tô tentando ser fitness.

- É aquelas dietas que a professora de educação física passa? Não dá certo, Hinata tentou isso e acabou passando mal.

- Tô todo fudido então. - Tsukishima respirou fundo, tentando voltar ao assunto.

- Sabe ontem, quando eu dormi na casa do Yamaguchi? - Koushi assentiu. - Então, estávamos conversando, e... Acabou que...

- SE BEIJARAM?!

Kei sentia os olhares das pessoas ao redor, e revirou os olhos, suspirando impaciente. Acanhado, com a voz baixa, se libertou à continuar à falar.

- Não, e não grite! - Suga quem revirou seus olhos. - Teve um... Clima. Mas a gente não fez nada, a avó dele tinha escorregado e caído na sala.

- Velho é insuportável mesmo, viu? Deus é mais!

- Achei que gostasse de idosos, fez tanto tempo de voluntariado em um asilo...

- Não gosto, apenas suporto. Por que acha que ainda sou amigo do Daichi?

- Você é mais velho que ele.

- Independente.

- Enfim! - Suspirou. - Depois que ajudamos ela, voltamos ao quarto e- Nem pense em gritar novamente!

Suga já ia exclamar a pergunta novamente, mas parou no meio do caminho e se afundou da cadeira onde se encontrava. O loiro estava desconcertado, se sentia envergonhado de falar isso com alguém que não fosse com ele próprio na frente do espelho.

- A gente acabou dormindo junto.

- Nem fudend-

- Não assim! Ele acabou me abraçando e dormimos lá mesmo. Só sei que quando acordei, ele ja tinha levantado.

Sugawara murmurou um "hm" enquanto o encarava. Tudo o'que passava em sua mente era: Como pode existir alguém tão burro? Estava tudo tão claro como um dia de verão, e ele - supostamente - era muito imbecil para enxergar.

- O amor realmente é cego, mudo, surdo e aleijado. - Murmurou. - Do que vocês tanto falavam?

- A gente tava falando sobre quando éramos pequenos, do seu tratamento para a mudança de gênero, minha obsessão por segurar sua mão, o'que não é verdade!

- Como assim "obsessão"? - Gesticulou aspas. Kei odiava a curiosidade de seu veterano.

- Quando a gente era menor, eu vivia segurando a mão dele. Normalmente eu segurava quando via ele com medo, eu gostava de manter ele seguro... Mas isso não acontece mais!

Dói Sem Tanto. Onde histórias criam vida. Descubra agora