Capítulo 5

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Pete desenha círculos na beirada do travesseiro aquecido pelo sol. Ele acordou já faz uma hora, mas decidiu aproveitar mais um pouco sua cama quente.

Ele está sorrindo.

Sem perceber, por mais de duas semanas depois de sua nova vida, ele dá um raro sorriso com cada vez mais frequência.

O ômega senta na cama, se estica e segue para o banheiro. Ele se arruma e olha rapidamente as horas: ainda há meia hora para o café da manhã, e seu primeiro dia de aula online começa em uma hora e meia. Pete não está animado por ter que estudar online, mas ele não tem escolha, e não tem intenção de sair da faculdade ou se transferir para uma mais perto. Eles não discutiram sobre essa opção com Vegas. E Pete é grato a seu marido, porque o alfa garantiu com todas as condições que ele pudesse estudar.

Pete senta no sofá e, enquanto espera o café da manhã, se lembra do passeio pela casa que Vegas o levou no dia anterior. Até ontem, o ômega sabia apenas o caminho de seu quarto, escadas, sala de jantar e voltar. Mas, aconteceu que o resto dos quartos, incluindo a sala, não são menos iluminados e aconchegantes quanto o quarto dele. Exceto por um. Quando Vegas abriu a porta do próprio quarto, Pete foi atingido pelo excesso da cor azul escuro nos móveis. Até a cortina e o tapete eram do mesmo tom.

Finalmente, Vegas o levou para a parte mais distante da mansão. Pete lembra de tentar ficar calmo quando parou na frente de uma porta bem parecida com a que ele sonhou na volta do dia da trilha.

— Eu já lhe disse, Pete, todas as portas desta casa estão abertas para você. Exceto essa. Lembre-se: você não deve abri-la sob nenhuma circunstância. Posso contar com você?

Dando de ombros, Pete apenas murmurou:

— Se não tivesse me trazido até aqui, eu nem saberia da existência, Khun Vegas.

Pete lembra como seu marido pareceu para baixo. Vegas não gosta que o ômega ainda o trate como um estranho.

— Estou falando sério, Pete. Não se aproxime dessa porta e, por favor, não pergunte o motivo.

— Está bem. Sem problemas.

“Sem problemas… é.” Pete suspira, trazendo os joelhos para perto do peito. “O que você anda escondendo lá?”

Pete se distrai de seus pensamentos por causa de um ofego que vem do corredor.

— Ei! Por que está jogado aí? Bem na frente do quarto, hein?

O agitado pequeno Macau deita no chão e respira roucamente, e sua língua fica pendurada pela lateral da boca.

“Droga… o que aconteceu com ele?”

— Khun Vegas!

Pete grita tão alto, sem pensar que irá alarmar a casa inteira.

— O que houve, Pete?

Vegas, que se apressou com o grito, não nota imediatamente o motivo. Então, com uma forte expressão de ansiedade no rosto, ele se inclina para Macau. Ergue a salamandra gentilmente na palma da mão e o leva rápido para seu quarto. Pete consegue apenas segui-lo desinteressado. Uma criatura que mal respirava foi colocada no aquário, que Pete notou durante o “passeio pela casa”.

— Hum… Ele vai sobreviver? — o ômega perguntou cautelosamente sobre seus ombros.

Vegas vira, sua expressão facial está menos preocupada.

— Agora ele irá respirar, a pele ficará úmida, e tudo vai ficar bem.

— Ele vai respirar…

— Sim. Eu lhe disse que Macau é um anfíbio. E apesar de sua estamina extraordinária, ele precisa ficar na água pelo menos uma vez ao dia.

When June Kissed December - [vegaspete]Onde histórias criam vida. Descubra agora