Capítulo 14

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O questionamento parece inesperado para Vegas. Não adianta esconder. Mas ele faz uma breve pausa e depois responde à pergunta com outra pergunta:

— O que te faz pensar isso?

Se ele tivesse respondido simplesmente "não", Pete jurava que teria bloqueado novas explosões de curiosidade. Mas o próprio Vegas, por trás dos panos, deu luz verde para o ômega.

— Hum, tinha ou não?

— Por que pergunta?

"E novamente 'fracasso', Vegas... o quanto você já me entendeu..."

— Porque eu quero saber. Mas você está evitando a resposta. Como sempre.

— Pete.

— O quê?

— Não estou evitando a resposta. — Vegas toca o boto na pulseira, e esse gesto pega ômega desprevenido por uma fração de segundo — Não posso ter certeza. De qualquer forma, não ouvi falar de um ancestral com esse nome.

Pete aperta os olhos.

— Então poderia ter respondido imediatamente. E você está sempre começando a intriga.

— Pete, tente entender, eu...

— O quê? O que devo entender? Já disse a mim mesmo centenas de vezes: precisa esperar, seu marido vai poder confiar em você, Pete. Mas os mistérios estão apenas se amontoando. E temo que em algum momento, suas respostas cairão sobre mim em um fluxo mortal, e o que farei com tudo isso? É como se eu fosse um idiota que só pode saber o que permite... Desculpe, mas é assim que eu me sinto.

Pete não quer fazer isso de jeito nenhum, ele não quer brigar quando eles se aproximaram tanto um do outro, mas ele impulsivamente afasta os pratos e se levanta da mesa para correr para seu quarto. Lá ele se senta na beira da cama e desanimado apoia a cabeça nas mãos. Em menos de dois minutos, um focinho frio começa a aparecer na lateral.

— Pirralho...

Pete tira as mãos do rosto e sorri com esforço: esse bebê está sempre com pressa para confortá-lo. Pete abre as palmas das mãos como uma xícara, e a salamandra esperta está sobre elas num piscar de olhos. Então o ômega levanta mais as mãos. Para que os olhos de Macau fiquem à altura do seu rosto.

— Quero que ele confie em mim e não tenha medo de ser ele mesmo ao meu lado... Mas como posso convencê-lo disso? É simplesmente impossível... e não suporto viver aqui quando ele duvida tanto de mim!

Pete morde o lábio. Não mentiria se disser que uma gota de lágrima escorreu pelo canto dos olhos de Macau. Ele nunca imaginou que salamandras pudessem chorar.

— Ei, o que você está fazendo, pirralho?

Pete abraça Macau e deita no travesseiro com ele.

— Eu não vou deixar você, pirralho... Prometi isso a ele também. Eu só... gostaria de ter mais clareza. Mas parece que isso terá que esperar novamente.

Mais tarde, depois de terminar as aulas e se preparar para mais outras, Pete desce para a sala. Ele esperava que Vegas estivesse no escritório, porém o encontra parado perto da janela. Seu olhar está fixo nos topos das colinas visíveis à distância e as pontas dos dedos acariciam suavemente a pulseira.

— Você realmente gostou desta lembrancinha?

Pete chega tão perto que seu nariz roça o ombro de Vegas.

— Muito. — o alfa sorri para ele afavelmente — Está tudo bem?

"Não exatamente. Mas danem-se todos esses quebra-cabeças! Hoje eu só quero estar com você."

When June Kissed December - [vegaspete]Onde histórias criam vida. Descubra agora