Rotina

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EITA COMO TRABALHA! 
Cá estou eu novamente, com uma nova obra, quando não faz nem um mês que comecei a publicar uma outra kkkkkk. Por favor, não se cansem de mim 😔

Bom, tal qual a sinopse sugere, reflexo promete ser uma fanfic cheia de reflexões sobre como nos enxergamos e como isso pode refletir em como as outras pessoas nos tratam. Tenho a intenção de dividir com vocês alguns dos meus mais profundos devaneios a respeito de autoestima e afins, mas claro, sem perder o romantismo pois embora eu ame fazer vocês sofrer, sou uma romântica incurável. Espero que curtam essa obra assim como tenho curtido escrevê-la. 

Boa leitura!❤️

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Flashes e mais flashes disparavam rente a visão turva entre tantos focos fortes de luz alcançando as íris tão agressivamente. O par de olhos castanhos cedia para um tom mel sem sequer carecer do auxílio de qualquer edição.

Mas não é como se o dono daqueles olhos doces e sorriso faceiro reclamasse de todo aquele alvoroço de luzes e câmeras, ou com os estalos de flashes seguidos dos comandos para como se posicionar para as fotos.

Com o cabelo num tom escuro de castanho, a franja ultrapassando ao menos dois dedos da altura dos olhos, Park Jimin, um dos modelos mais cobiçados dos últimos dois anos, usava de sua aparência para alavancar as vendas de uma das marcas mais caras da moda, junto de uma divulgação para uma marca recém estabelecida de produtos para cabelo que, de acordo com seu empresário, tinha grandes chances de explodir no mercado, e os primeiros a oferecerem seu apoio seriam muito bem recompensados no futuro.

De qualquer forma, Jimin não via qualquer problema em propagá-los. Era seu trabalho, afinal.

— Jimin, suaviza o toque, por favor! — Ouviu um dos fotógrafos pedir. — Isso...

Devagar, Jimin deixou que seus dedos deslizassem pelos ombros até descansarem na clavícula bem marcada, como um carinho no corpo tenso depois de tanto tempo se firmando numa mesma posição, quando a respiração era escassa e piscar era terminantemente proibido.

De cabeça erguida, seu olhar baixo demonstrava desde a mágoa à prepotência; do desdém ao mais intenso desejo.

Quando finalmente pôde entregar o peso de seu corpo ao piso do cenário, o sorriso registrado pela câmera surgiu natural, expondo o conforto imediato antes que começasse a detestar aquela posição também. Jimin já não sabia o que era pior; ficar de pé por horas, ou ceder o peso de seu corpo à rigidez do chão onde tinha de deitar e rolar por dezenas de vezes até agradar os diretores das marcas.

No final, o modelo sempre se surpreendia com o resultado, quando sua expressão parecia tão leve apesar da postura firme. Sentia -se, além de um modelo, um ótimo ator, pois para quem não era do ramo, jamais imaginaria a ira que era regada por cada sorriso forçado.

Jimin amava seu trabalho, mas nem tudo são flores. Embora seus empresários não parecessem notar, ele era um ser humano de carne e osso, e também tinha suas necessidades para além da porcentagem que ganharia por oferecer sua imagem à propaganda das marcas contratantes.

No entanto, naquele dia em especial, Jimin sentia-se grato pelo moletom grosso que lhe mandaram usar. Apesar de absurdamente quente, trazia algum conforto para suas costas e quadril pressionados contra o piso quando o modelo não se sentia com condições suficientes para comedir o peso do próprio corpo.

Sentia-se tão fraco que as luzes consideradas suas maiores aliadas, agora pareciam empurrá-lo para uma outra dimensão onde as vozes que despejavam diversas coordenadas por segundo sobre como deveria se posicionar, agora pareciam distantes como uma esperada despedida.

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