Fuga

88 14 21
                                    

Boa noite!!!
Como passaram a semana?

Confesso que tô apaixonada por esse capítulo, onde senti liberdade para poder fragmentar um tanto do estilo que mais gosto de escrever. Senti muita falta.

Espero que curtam o capítulo assim como eu amei muito escrevê-lo.
OBS: O capítulo não foi betado. Terminei os últimos detalhes de última hora, mas quis aproveitar o tempo livre para atualizar com a maior frequência que puder. Então perdoem qualquer erro.

Boa leitura!❤️

🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁


O universo nos oferece diversos vértices a depender do ângulo que escolhemos para visualizar nossa vida. O sucesso, por exemplo, para alguns é o auge da realização que um ser humano poderia alcançar. Para outros, nada mais era que a ponta gelada e solitária de uma colina exaustiva. Em outras palavras, estar no topo nem sempre era sinônimo de conforto.

Jimin vivenciava essa diferenciação na prática. Se lembrava bem de quando criança imaginar como seria ter à sua disposição uma mesa farta de café da manhã tal qual a que vemos em novelas. E agora que a tinha, mal conseguia ingerir a metade de uma fruta sem sentir-se farto de culpa.

O refresco de seu café da manhã não era café, tampouco um suco. O que umedecia sua boca seca por tantos suplementos que era mandado misturar em todas as suas alimentações, eram as lágrimas salgadas que pingavam de seu queixo a cada nova fina fatia que partia de uma banana.

A mesa farta disposta na sua frente nada mais era que puro teatro para as redes sociais. No início, Park até se permitia comer uma fatia de bolo ou duas de pudim, mas com o tempo seu estômago parou de teimar com seu psicológico irado com tantas críticas. Uma torrada e alguma fruta eram o suficiente para dar ao rapaz a leviana sensação de estar satisfeito até que chegasse o horário de tomar algum suplemento para segurá-lo até a próxima refeição, que em alguns dias vinha só ao cair da lua.

Às vezes conseguia doar toda aquela comida para as famílias pobres que rondavam seu prédio durante a madrugada, e aquilo ao menos trazia algum conforto a Jimin por dispensar tanto alimento, mesmo sabendo que seu corpo sentia muita falta de algumas proteínas presentes naquele café reforçado.

A mão de Jimin tremia, assim como o garfo que segurava e causava um barulho incômodo ao arranhar a pequena porcelana com as fatias da banana que quase não comeu. Mas o modelo estava tão inerte com os pensamentos comprometendo sua audição, que não se incomodava. Sequer foi capaz de perceber a campainha tocando insistentemente.

— Jimin, amor, a campainha... — ouviu o resmungar vindo do quarto.

Só assim Jimin despertou de seus pensamentos, secando rapidamente o rosto cheio de lágrimas antes de se levantar e conferir se o namorado não estava levantando. Não queria que o visse naquele estado autodepreciativo.

— Já vou atender, não se preocupe — pediu, buscando evitar que Shawn se levantasse.

E de fato, quando encontrou David, seu empresário, do outro lado da porta, teve certeza de que realmente era melhor que Shawn continuasse quietinho no quarto. A relação de Jimin com seu empresário não vinha sendo uma das melhores, e não precisava que alguém presenciasse mais uma discussão que provavelmente teriam.

— David? Que horas são? Não lembro de termos marcado nada hoje e ainda é muito cedo para ter surgido algum trabalho de última hora — o modelo pontuou enquanto assistia a figura do outro homem adentrar sua casa sem sequer aguardar ser convidado para tal.

ReflexoOnde histórias criam vida. Descubra agora