Reflexo

Paradeiro

OLHEM EU AQUI DE NOVO!!!

Eu até pensei em segurar esse capítulo mais uma semana, mas a escrita dele tá tão gostosinha, que achei que vocês mereciam ler algo assim antes de começar a semana de fato. Espero que gostem tanto quanto eu imagino que vão gostar kkkkk

Comentem muito!❤️

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Os primeiros raios do sol despontavam no horizonte ainda acinzentado pela brisa da madrugada, que abria espaço no céu para o clarear de um novo dia. E embora ainda estivesse bastante frio, aqueles raios tão tênues já eram o suficiente para ferir um tanto as vistas de Yoongi, que ainda que tivesse de limitar a visão para conseguir manter os olhos abertos, sorria tranquilo, grato pelo brilhar de uma nova manhã.

A xícara contendo um líquido fumegante, fazia um bom trabalho em aquecer as mãos magras e a mandíbula bem marcada, consequentemente trazendo uma sensação gostosa de conforto ao peito que subia e descia numa respiração leve.

O cantar dos pássaros recém despertos para partir em busca de um novo abrigo era de longe o som favorito de Yoongi. E junto do sacolejar das águas dos lagos contidos nas redondezas, era quase como estar aproveitando do privilégio de ter uma entrada vip na orquestra da natureza. Por ora, era o suficiente para abafar as vozes esbaforidas, pincéis e araras de roupas caindo ou sendo colididas durante a correria de ordens jogadas aos ventos a todo instante junto dos cliques das máquinas fotográficas que não paravam por um só segundo; fantasmas das lembranças do Min.

Sustentando o mesmo sorriso tranquilo desde que pisou para fora de sua cabana, Yoongi acomodou uma mão dentro do bolso de sua calça moletom, e com a outra ainda segurando a xícara, encaminhou-a à boca e bebericou do café preto que aguçava o sabor da vida que agora levava.

Longe de todos aqueles holofotes, agora ele era apenas Min Yoongi, porque queria e porque podia, sem precisar forçar o que fosse, seja um sorriso para uma foto quando na verdade estivesse exausto ou uma arrogância que não possuía. Estava livre da frustração de viver sob rótulos que uma simples foto pode lhe impor.

— Diga "x"! — Ouviu o primo pedir antes que o som de um clique ressoasse, não lhe dando tempo para reagir adequadamente, tornando o registro trêmulo como o galho de uma árvore à mercê da ventania ao ameaçar de uma tempestade.

— Hoseok! — repreendeu-o, embora risse da traquinagem do primo.

— Bom dia, primo! — Hoseok desejou ao sair detrás de uma pilastra de madeira, pulando para mais perto do Min.

— Por que está acordando tão cedo?

— Quis te fazer companhia, madrugar é coisa de gente solitária, mas você não está só. Gostaria de lembrá-lo — explicou, deixando a câmera fotográfica que usara outrora, numa mesinha logo no canto da pequena varanda.

— Lindas palavras, se essa ventania não tivesse levado minhas lágrimas, veria como chorei — ironizou com humor. — Mas apesar de comovido, ainda prefiro a verdade.

— Como pode duvidar das minhas palavras, primo? Desde que se mudou, venho diariamente ver como está — dramatizou o Jung, genuinamente chateado.

Yoongi o encarou por alguns instantes, analisando se aquela manha toda era mesmo real. A verdade é que nunca ia se acostumar com o quão sensível seu primo conseguia ser na maior parte do tempo.

— Certo, certo. Você tem razão. Fui injusto — admitiu, dando tapinhas no ombro do primo antes de apertar o mesmo local, buscando confortá-lo. — Sou muito grato pela assistência e companhia que tem me oferecido. Embora eu tenha aprendido a valorizar a quietude e o silêncio, eu não estaria tão satisfeito com essa nova vida se não fosse sua presença.