3 | Jimin precisa descansar, mas Jungkook existe

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se você acha que pode me salvar, me derrubar e me domar, aqui está sua chance de fazer algum dano

Acordei decidido a me exercitar, nem que fosse meia hora de caminhada na esteira. Pelo menos uma das coisas da lista de Junseo, que não dormiu em casa novamente, seria cumprida e eu me sentiria menos culpado por estar tão à toa, mesmo que a culpa não seja minha.

Eu só não esperava encontrar um Jungkook, fazendo barra, usando nada mais que um shortinho, vans e meias de cano alto.

Suor escorre por seu corpo. Músculos dos braços, costas e afins, tensionados. Seu cheiro está forte, a ponto de causar uma intoxicação. Não sei de onde consegue tirar fôlego, mas está cantando Bitch better have my money. Mesmo falhada, sua voz é linda, rouca, um tanto selvagem, meio viciante.

Juventude explodindo ao seu redor.

É uma atmosfera perigosamente tentadora. Esse garoto deve deixar uma trilha de corações partidos por onde passa. Não cair de joelhos diante o combo olhos âmbar, sorriso de canto e língua afiada, não é para qualquer um.

Desce da barra, ofegante, alcança uma garrafa de água e bebe curtos goles, lentamente, enquanto admira a paisagem além da parede de vidro. Concentrado demais em sua playlist de divas pop, ou cansado além da conta para ainda não ter notado que estou aqui.

Ou... está fingindo que não sente minha presença.

Não sou bobo, conheço sua espécie, faço parte dela. Alfas jovens gostam de ser admirados, ainda mais quando tem consciência de que são um prato cheio para a visão alheia.

Jeon sabe que é bonito. Sabe que é do tipo perigoso. Ele sabe que facilmente as pessoas caem em seus encantos. Ele sabe que estou aqui, eu sei que sabe. Quando um dos nossos sentidos está ocupado, como na sua audição, os outros ficam apurados, é o puro suco de instinto de sobrevivência.

Jungkook está se exibindo. Se exibindo para mim... O que faço com essa informação?

Não é culpa minha se você continua me excitando. Não é culpa minha se você me fez apaixonar, apaixonar. Não é culpa minha se não estou indo embora sozinha. — Cantando e dançando Ain't my fault, uma das músicas favoritas de Somi, fica frente para mim. — Não posso falar agora, estou olhando e gosto do que vejo. — Dita, me analisando da cabeça aos pés. Sorri. Tira os fones. — Bom dia, senhor Park. Não te vi aí.

Seu corpo é uma obra de arte, eu não posso negar. Sua linha V está exposta e é tão marcada, que a primeira vontade é desviar o olhar por pura... vergonha. A cintura estreita faz com que o peitoral destaque além do que é saudável para qualquer pobre alma, e ali estão os malditos piercings, brilhando, chamando a atenção, deixando meu rosto quente.

— Bom dia, Jeon. Sou bem silencioso quando quero. — Estou me esforçando para olhar seu rosto vermelho pelo cansaço, pois minha verdadeira vontade é encarar qualquer ponto além de sua existência, para ver se o incômodo em meu peito, cessa.

— Confesso que estou impressionado — diz e gira com as mãos na cintura. — Esse lugar tem tudo o que preciso, quanto terei que pagar mensalmente para treinar aqui todos os dias quando eu for embora.

Quando eu for embora. Por que não gostei de ouvir isso?

— Hm, deixe-me ver. — Toco minha bochecha e encaro o teto. — Cento e vinte, se me quiser como seu personal, temos que sentar e analisar, sou um ótimo profissional e meus serviços são caros.

— Se o senhor vier no pacote, nada será caro o suficiente para mim — provoca, lambe e morde o lábio inferior, o maldito sorriso que acelera meu coração toda vez, está presente e mais lindo do que nunca.

ALPHA  • pjm + jjk • aboOnde histórias criam vida. Descubra agora