Capítulo 5

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Aurora

🎵 (Where you belong - Matt Hansen)

Eu estava em êxtase, aquele momento se repetia na minha mente em câmera lenta e eu acho que nunca serei capaz de esquecê-lo. O beijo, o toque, o cheiro, o jeito que ele me olhou, sua mão envolta da minha cintura mantendo meu corpo preso ao dele enquanto a outra estava entrelaçada em meus cabelos, o som dos nossos corações errando as batidas, a respiração ofegante e o corpo quente. Não me lembro a última vez que me senti assim com alguém, meu coração já havia aceitado o fato de que talvez ninguém iria fazer eu me sentir assim nessa intensidade, a experiência que tive antes me fez pensar dessa forma por tempo demais, aquilo não foi amor, aquilo não era carinho, nem respeito e nem nada que se deseja para alguém que você no mínimo se importa e eu demorei demais para entender achando que era normal.
Só eu sei o quanto aqueles anos me machucaram até eu entender que se te machuca não é amor, se exige demais e se dá de menos não é amor, eu aprendi da pior maneira, mas eu aprendi. Não vou me deixar voltar para aquela época e todos esses sentimentos, hoje minhas cicatrizes apenas contam a história de algo que eu tive que aprender a superar. Por mais que essas cicatrizes não sejam visíveis eu sempre sinto elas aqui.
Não quero lembrar dessa época da minha vida com tanta coisa boa para se pensar e no momento essa coisa boa tem nome, sobrenome e endereço.

O sábado passou tranquilo e eu tentei fingir que não estava com expectativas, desde a hora que acordei já havia decidido o que iria vestir, como iria arrumar o cabelo e até o perfume que eu iria usar, mas quando eu estava quase pronta o Spencer me ligou dizendo que teria que desmarcar por conta do trabalho, imprevistos acontecem e além do mais esse é o trabalho dele e eu jamais ficaria chateada por isso, então fiz questão de lembrá-lo do quanto eu admiro seu trabalho e tudo o que ele e sua equipe fazem.
Já que estava pronta e era sábado a noite resolvi ver se as meninas ainda estavam a fim de ir para algum lugar.

"Alô?" - Serena atende com a voz desconfiada.

"Oi amiga, tudo bem? Vocês ainda estão a fim de sair?"

"Estamos sim, mas o que houve com o seu date?"

"Longa história, conto para vocês depois. Onde vamos nos encontrar?"

"Huuumm, quero saber TUDO. Estávamos pensando em ir naquele restaurante que abriu perto da sua casa, o que você acha?"

"Pode ser!"

"OK, daqui 20 minutos nos encontramos lá!"

"Combinado, já estou saindo de casa."

Serena e Crystal são minhas melhores amigas desde que me mudei para  Washington, conheci Serena assim que cheguei na cidade em um barzinho que decidi entrar por um acaso e lá estava ela, eu como sempre resolvi puxar um assunto aleatório e desde então somos amigas. Alguns meses depois conhecemos Crystal em um karaoke, estávamos cantando uma das músicas preferidas dela e ela decidiu subir no palco e se juntar à nós. Elas foram uma parte importante para o meu recomeço aqui, elas curaram feridas em mim que elas nem imaginam, começamos como boas amigas e hoje somos irmãs de outra mãe.

Chegando no restaurante peguei uma mesa para nós e logo em seguida as meninas chegaram. Não era difícil ver as duas morenas chegando cada uma com seu estilo absurdamente diferente. Serena era mais como eu, o básico sempre funciona pra ela e ela consegue ficar maravilhosa com pouca coisa, já Crystal é como se você pudesse visualizar a alegria se ela fosse uma pessoa linda que gostasse de moda, ela é cheia de cores e brilhos e isso fazia nós sermos um trio interessante.

- Oi meninas! - me levanto para abraçar as duas e nos sentamos.

- Você não acha que essa mesa está muito escondidinha não?

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