Capítulo 9

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Spencer

Talvez eu já tenha imaginado inúmeras vezes como seria quando, ou se eu me interessasse por alguém novamente. Como eu agiria, como iria me sentir, se eu saberia manter esse relacionamento e por que essa pessoa se interessaria por mim. Mas em nenhuma dessas cenas hipotéticas eu conseguiria imaginar o dia de hoje.

Passei o dia ansioso, não conseguia me concentrar em nada além da hora, que por sinal passou bem rápido. Enquanto me arrumava, repassava coisas que não seriam legais de comentar no primeiro encontro, por mais que já fazia quase um mês que estávamos conversando, ainda não nos conhecíamos mais profundamente e pensar nisso me deixou tenso. Troquei de gravata 5 vezes, pois nenhuma parecia a certa para a ocasião, mas por fim tentei me acalmar e quando percebi estava na mesa esperando ela chegar. No momento em que meus olhos cruzaram com os dela senti um arrepio por todo meu corpo, meu coração acelerou, senti o ar deixar meus pulmões sem conseguir resgatá-lo e eu já não via mais nada a minha volta apenas ela, e meu Deus ela estava ainda mais bonita e radiante.

O jantar foi maravilhoso e nossa conversa fluiu melhor que nunca, mas dessa vez com perguntas um pouco mais pessoais e básicas até perdemos a noção do tempo. Eu não queria deixá-la naquele momento, queria passar o resto da noite observando seu sorriso e seu jeito leve de ser. Por sorte me lembrei da praça que havia visto no caminho e foi a melhor ideia que tive.

A imagem de seus olhos brilhando em contraste com a noite é uma das cenas que nunca quero me esquecer. A música que tocou e me moveu a decidir que queria pegar em sua mão e senti-la próxima de mim novamente, e ela correspondeu no mesmo instante. O quanto sua feição ficou mais doce enquanto ela elogiava as flores, que por sua vez foram uma surpresa, também são cenas que nunca irei abrir mão.

🎵 (Crush - David Archuleta)

Enquanto me arrumo para dormir a única coisa que ecoa em meus pensamentos é ela, toda vez que fecho os olhos as cenas se repetem sem eu precisar fazer esforço algum. A leveza que ela carrega é única, ela se diverte nas coisas mais simples como uma música que ela gosta tocando na rádio. Observá-la viver é encantador.
Cheguei perto dessa sensação duas vezes na minha vida, mas nenhuma delas se compara com o que senti hoje.
Em que mundo uma mulher como ela se interessaria por mim? Será que ela sente o mesmo que sinto por ela? Será que ela espera minhas mensagens da mesma forma que espero as dela? Ou se quando me vê, ela também sente o coração errar as batidas e a respiração ficar mais pesada? Se quando ela está sozinha ela pensa em mim ou... em nós? E a última coisa que passou pela minha cabeça antes de finalmente cair no sono foi a promessa que fiz, prometi ter certeza do que ela significava para mim para não sairmos machucados no meio disso. Eu prometi porque sabia que jamais ousaria machucá-la.

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Na semana seguinte, no domingo bem cedo fomos chamados para um caso e rapidamente me arrumei e encontrei o resto da equipe no jato. Revisamos o caso e só faltava chegarmos na cidade para ter o resto das informações e começar o trabalho.
Enquanto isso continuava imerso em meus pensamentos e em todas as questões não respondidas que rodeavam minha cabeça a semana toda.

- Ei, está tudo bem? - Rossi me chama sentando a minha frente voltando meu foco para ele.

- Está sim, por quê?

- Você está encarando essa janela há uns 10 minutos, literalmente, o Morgan contou. - dou risada por saber que sem dúvida ele faria isso.

- Não é nada demais.

- Nada demais? Me conte mais sobre o... restaurante que te indiquei. Faz uma semana que estou para te perguntar, mas não tive a oportunidade, você foi? - ele chega mais perto e apoia os cotovelos na mesa.

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