Capítulo 15

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Aurora

Acordo com a sensação de que perdemos a hora, pego o celular para ver o horário e ainda são 6:00 da manhã. Olho para o lado e vejo Spencer dormindo tranquilamente e faço o mínimo de movimento possível para não acordá-lo. Sinto meu celular vibrar e vejo que é uma mensagem da Penelope.

"Hey, tá acordada? 👀"

"Acabei de acordar. Aconteceu alguma coisa?"

"Não, só queria saber se você estava a fim de dar uma volta comigo, como nos velhos tempos? 😬"

"Com certeza! 😊"

"Beleza. Daqui 20 minutos tô passando aí."

"Combiando."

Bloqueio o celular e antes de me levantar, tiro um tempo para observar o homem deitado ao meu lado dormindo pacificamente. Seu semblante está calmo e doce, como alguém pode ser tão lindo assim dormindo? Fico ali observando cada traço seu, suas linhas, os pequenos detalhes, sua respiração leve. Eu amo tudo nele, da sua aparência até o seu respirar.
Me obrigo a levantar, pego uma roupa na mala e vou para o banheiro me trocar.
Procuro um papel em uma das gavetas para deixar um bilhete para Spencer, caso ele acorde e não veja aqui. Eu poderia deixar uma mensagem em seu celular, mas sei que no momento que a mensagem chegar ele vai acordar para ver se é do trabalho e não quero acordá-lo.
Deixo o bilhete em cima do criado mudo ao seu lado e saio na ponta dos pés. Desço as escadas devagar para não acordar meus pais e finalmente consigo chegar até o lado de fora da casa e vejo Penelope me esperando na calçada.

- Consegui! - falo comemorando baixinho. - Estão todos dormindo, então tive que ser ninja para não acordar ninguém.

- Não tem problema, cheguei faz 5 minutos. - ela vem em minha direção e me abraça apertado.

- O que deu na sua cabeça de me chamar do nada? - pergunto e começamos a caminhar.

- Saudade, só! Como sei que você vai embora hoje e com a família toda aqui é impossível ter uma conversa a sós com você, resolvi relembrar as nossas caminhadas. E porque eu também sei que você é uma senhora de 80 anos que acorda cedo não importa o dia.

- EI! É raro, mas acontece sempre. - damos risada e de repente um silêncio se instala por alguns segundos.

- Meu Deus como eu tenho saudade dessas nossas caminhadas.

- Eu também, Pen. Mais ainda de você. - olho para ela sorrindo.

- Eu também sinto muito a sua falta, mas sei que foi necessário você sair daqui e começar sua nova vida e consequentemente eu também precisava recomeçar a minha.

- E eu não poderia estar mais orgulhosa de quem você se tornou depois de tudo o que passou.

- Sabe, tem dias que eu fico recapitulando minha vida e agradeço a Deus por ter me feito nascer na mesma família que você. Sem você eu não sei o que seria de mim, Aurie. - sinto meus olhos encherem de água quando ouço ela falar aquilo. Ela sempre me diz o quão grata é pela minha vida e por tudo o que passei junto com ela, mas essas palavras nunca vão deixar de me emocionar.

- E eu não poderia ser mais grata por você ter nascido e ser a irmã que eu nunca tive.

- Foi você que me ensinou a gostar de caminhadas. Poderia ter me ensinado tanta coisa, mas me ensinou a fazer caminhada. - ela solta uma risadinha para descontrair. - Brincadeira, você foi a pessoa que viu em mim o que ninguém mais via, por trás de toda aquela rebeldia e escolhas ruins, você me achou no meio da minha bagunça e tristeza e me levou para caminhar com você.

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