1001 Guerras

Querida Úrsula

Este capítulo em específico, quero contar sobre como conheci uma das pessoas mais importantes da minha vida. A minha mulher Úrsula.

Anteriormente havia dito que o meu amigo Mendel tinha me convidado para tomar um café na sua casa. Depois de longos cinco anos sem nos falarmos pessoalmente, conversamos durante horas e horas, rimos e discutimos sobre qualquer assunto que você possa imaginar. O meu amigo já estava aposentado e me fez um pedido:

" - Kolosky... Você se lembra bem daquela conversa que tivemos anos atrás né? "

" - É claro que sim, como poderia me esquecer?! "

" - Filho, quero que você se case com a minha filha, ela é nova ainda tem só 29 anos e você já está na base dos 40 anos. Vi que agora você tem uma criança para cuidar, acredito que você seja um bom homem para quem possa dá a minha filha em casamento. "

Fiquei sem jeito por alguns instantes e o senhor continuava insistindo, eu indaguei logo:

" - Mas e o serviço de espionagem? Não é muito arriscado um espião ter uma família? Ainda mais em tempos como esses?... "

" - Não se preocupe, caso o contrário, você irá ficar um velho resmungão como eu. Confie em mim jovem, está na hora de você construir uma família, isto é, uma nova vida para você. "

Úrsula era uma jovem mulher meiga e gentil, de cabelos escuros e feições belas, uma russa encantadora. Sem que ela soubesse o pai dela organizava alguns encontros entre nós dois. Sem dúvidas ela foi a mulher que me deu uma segunda chance na vida.

Pouco a pouco fomos ficando mais próximos, de amigos de trabalho em um intermediário jornal local, no qual trabalhei por um tempo para garantir uma renda extra para sustentar minha filha.

Namoramos durante dois anos, e em 1978 nos casamos. Esses foram os anos em que eu consegui obter minha felicidade novamente, nunca me senti tão bem e formei uma bela família.

Quem diria que um homem de guerra como eu formaria uma bela família, mas nem tudo que é bom, dura para sempre...