Capítulo 8

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Erika's pov

Acordei um pouco antes dos outros com alguém me cobrindo com meu sobretudo, eu estava sonolenta então não consegui ver direito quem era, voltei a dormir e acordei mais tarde com Agatha nos chamando dizendo que já passava das dez, Dante já levantou indo em direção a Agatha dizendo querer conversar com ela sobre algo que ele encontrou e Carina saiu a procura de sua irmã, pude ver pela porta, diversos agentes da Ordem limpando o sangue do salão, quando voltei minha atenção para a sala eles estavam conversando sobre um objeto amaldiçoado, reparei na Agatha tentando impressionar o Dante então revirei os olhos e comecei a sair

Arthur- Por que não oferecemos para a Erika?- quando virei ele cutucou o Dante com o cotovelo e sussurrou um "seja simpático"

Dante- Esse leque tem um ritual de velocidade mortal, pensei em oferecer pra Carina mas se quiser...

Agatha-TA DOIDO?- Ela tapou a própria boca assim que percebeu que tinha gritado- De-de-desculpa, é que ela não pode

Arthur- Por ser uma...- ele desviava o olhar e tentava encontrar uma palavra para completar sua frase

Erika- Uma criminosa? Não precisa se acanhar, não é um xingamento se é verdade, e não, não é por isso, é por isso!- apontei para meu olho- já tem poder demais dentro desse corpinho aqui, por isso do selo, transcender poderia destruir ele e eu junto no processo

Dante- Ah sim, entendo- ele pareceu ter ficado sem graça ou apenas estava com fome, as expressões dele são quase impossíveis de ler

Sai da sala para explorar o resto da mansão, sem o perigo de morte dessa vez, a maioria dos agentes que encontrei pelo caminho eram novos e não me conheciam e até o momento não avia visto River nem nenhum de seus agregados então até que foi um passeio tranquilo, voltei para o frigorífico e me deparei com a Carina no meio do círculo provavelmente transcendendo, Dante estava sentado no canto da sala com um caderno na mão

Erika-Cade o Arthur e a Agatha?

Dante- Saíram, falaram algo sobre macarrão

Erika- Ah sim... posso sentar aqui?

Dante- Claro- me sentei ao seu lado e ficamos por quase 2 horas em silêncio observando a Carina, não era um silêncio desconfortável mas até eu já estava entediada

Erika-Que bom que ela aceitou transcender, é bom se sentir mais forte após uma tragédia como essa

Dante- Existem vários caminhos que as pessoas seguem após perder alguém importante, raiva, vingança, justiça, reparação,ódio... Só espero que ela escolha o certo

Erika-E qual seria o certo?

Dante- O que ela não se perca eu acho, perder alguém assim não é fácil pra ninguém

Erika-Não gosto muito de pensar nisso, prefiro pensar em quem ficou

Dante-No meu caso ninguém ficou

Erika- Você tem o Arthur, a Agatha e a Ivete parecem gostar bastante de você também, talvez não chegue ao peso de uma família mas é alguma coisa

Dante- Até que você tem razão, você tem quem ficou?

Erika- Bom... tem minhas irmãs, uma delas não conversa mais comigo, porém ainda faz parte da lista,o Balu, a Agatha...

Dante- Viu aquilo?- ele disse apontando animado para Carina

Erika- Vi... Ela está igualzinha a Carina de 2 horas atrás

Dante-Acho que vi um brilho dourado nela

Erika- Alucinação o nome disso, o efeito de ver algo que não está lá, eu até diria que isso é preocupante se não fosse pela vida que a gente leva

Dante- Muito engraçado

Balu- Pequenaaa- Balu chegou com Rubens sendo praticamente arrastado por ele- Vamo turistar

Erika- O que?

Balu- Vambora- ele segurou minha mão e me levantou em um puxão só, depois me abraçou e saiu comigo e Rubens um embaixo de cada braço

Balu nos levou para a Torre de Pisa pois queria tirar fotos, no caminho algumas pessoas o encaravam, pois se antes ja não bastava um bigodudo de dois metros escandaloso, agora ele também não tinha uma orelha e tinha uma enorme marca espiral no rosto, ele parecia ficar cabisbaixo ao notar o olhar das pessoas mas logo se distraia e voltava a sorrir, quando chegamos Balu quis tirar algumas fotos e Rubens se ofereceu para revelar elas depois já que não conseguiria manda-las

Erika- Eu disse pra comprar um celular melhor

Balu- Pra que? Esse aqui tá bonzinho ainda

Rubens- Foto, minha vez- Rubens estendeu o celular para mim porém Balu o pegou antes

Balu- Pode deixar que eu sou fera da fotografia- eu já sabia em que isso ia dar mas ele estava feliz e Rubens não pareceu questionar- Ih Rubinho tirei uma foto minha- Comecei a rir alto enquanto Rubens explicava como usar o celular

Após as fotos sentamos na grama e conversamos um pouco, Balu disse que tinha algo para fazer e perguntou se Rubens poderia me acompanhar para a mansão para eu não ir sozinha, passamos de um café antes de voltar para a mansão mas não sei dizer se foi uma boa ideia pois o garoto acabou ficando extremamente agitado

Erika- Ele parece ter gostado bastante de você

Rubens- Sério?

Erika- Sei que é difícil perceber a diferença já que ele é bem comunicativo e totalmente invasivo com quase todo mundo- rimos juntos mas de repente ele parou e olhou para um ponto, olhei na mesma direção e lá estava Clarissa, escorada em um tronco

Rubens- Acho que vou lá falar com ela, quer vir?

Erika- Acho melhor não- Quando olhei novamente pude ver ela se aproximando da gente- Consegue ver se ela tá armada?-Sussurrei para Rubens

Rubens- E tem algum momento que ela não está?- Quando ela chegou próximo de nós comecei a me virar para sair

Clarissa- Erika espera- gelei na hora- quero falar com vocês- ela respirou fundo- nos temos trabalho a fazer aqui, não podemos nos distrair, eu tô dizendo isso desde que a missão começou mas eu mesma deixei as emoções me levarem, sinto muito- ela olhava para nós dois- trégua?- ela estendeu o braço para mim

Erika- Claro- estendi o braço de volta

Clarissa- Erika, a Agatha me disse que o Sr. Veríssimo queria falar com você antes de falar com a equipe, se puder depois venha aqui com eles preciso mostrar uma coisa pra vocês

Erika- Claro- o velho me chamando na sala dele? Por que será que me sinto sendo chamada na sala do diretor?

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