sixty four

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Foram duas, três, quatro.

Até cinco vezes que Josh voltou até o apartamento de Justin, batendo em sua porta repetidamente, sem receber resposta alguma. Cada batida ecoava como um pulsar de expectativa, mas o silêncio persistente ao outro lado da porta só alimentava a frustração de Josh. O som das batidas ecoava pelo corredor vazio, criando um contraste com a sensação de vazio que pairava sobre Josh.

— Há algo de errado. — Josh murmurou, desanimado, durante seu retorno para casa. Seus passos eram pesados, carregando o peso da incerteza e da decepção. — Ou ele deixou de gostar de mim?

— Não acho que Justin tenha deixado de gostar de você, Josh. Ele pode estar... Sei lá, ocupado? — Alice tentou confortá-lo, seus olhos mostrando compaixão diante da angústia do irmão. As palavras de consolo eram suaves, mas não o suficiente para dissipar completamente a sombra de dúvida que pairava sobre Josh.

— Ou simplesmente não quer me ver, assim como não quer ver você.

— Ei! — Alice interveio, sorrindo fracamente para tentar amenizar o clima. Seu sorriso era uma tentativa de trazer um pouco de leveza para a situação. — Quem disse que ele não quer me ver?

— Ele nunca mais foi até a nossa casa ou ligou para nós.

— Isso acontece quando ciclos se encerram. — Alice murmurou, sua voz carregada de uma melancolia compreensiva.

— O seu pode ter encerrado, mas o meu não. — Josh falou cabisbaixo, suas palavras carregadas de uma tristeza que não podia ser facilmente dissipada. — Sinto saudade dele.

Alice observou o rosto preocupado de Josh, sentindo o peso da incerteza sobre eles. Havia uma semana desde que começaram suas tentativas desesperadas de contato com Justin, mas todas foram em vão, deixando-os apenas com perguntas sem resposta e uma sensação crescente de desamparo. As noites se transformaram em dias de espera ansiosa, enquanto cada ligação não atendida e cada batida na porta não respondida aumentavam a frustração e a preocupação.

— Será que ele morreu?! — Josh perguntou, sua voz carregada de desespero e medo do desconhecido.

— Não, Josh. É claro que não. Justin está vivo e bem em algum lugar. Provavelmente só não quer ser incomodado. — Alice tentou acalmar o irmão, suas palavras soando mais como um mantra para afastar seus próprios medos.

— Não tem ninguém que tenha contato com ele que possamos falar?

— Josh, Justin está bem. Você me fez ir até a casa dele durante uma semana inteira. Acha que já fomos atrás o bastante, não acha? — Alice tentou ser racional, mesmo que seu coração ainda estivesse cheio de preocupação pelo loiro desaparecido.

— Ok. — Josh suspirou derrotado, resignado à falta de respostas. Sua expressão cansada e desanimada refletia a exaustão emocional que os consumia. — Podemos comer pizza? Hoje é sexta-feira.

— Só se você estiver disposto a ligar e pedir. Estou exausta e quero minha cama. — Alice disse.

Ao abrir a porta de casa, uma sensação de alívio momentâneo a envolveu.

— Ok. — Josh concordou, seguindo em passos rápidos até o telefone.

Enquanto Alice tomava banho, Josh se ocupava com os preparativos para a chegada da pizza. Ele organizou os pratos na mesa de centro, arrumando os talheres e os copos com precisão, como se estivesse preparando uma mesa de jantar para uma ocasião especial.

— Está tão animado assim por uma pizza? — Alice perguntou, sorrindo ao ver a mesa cuidadosamente arrumada. — Ela é tão especial assim?

Josh fechou os olhos por um momento, provavelmente saboreando mentalmente o que viria a seguir.

Sweet AliceOnde histórias criam vida. Descubra agora