Em meio àquelas pessoas, luzes coloridas e música alta, Alice sentiu uma onda de preocupação crescer dentro dela ao pensar em Josh e tudo o que ele havia passado mais cedo. Decidida a verificar como ele estava, ela se afastou do burburinho da festa e ligou para casa.
— Oi? — Norma, a babá, atendeu do outro lado da linha.
— Oi Norma, sou eu, Alice. Liguei para saber se Josh está bem. — Alice elevou um pouco a voz para ser ouvida acima do ruído da música.
— Ele está sim, reclamou de dores de cabeça e pediu remédio, eu o mediquei e ele voltou a dormir.
— Ele está com dores de cabeça novamente? — Alice suspirou preocupada, apertando o celular com força. — Se ele reclamar de novo, me ligue por favor, meu telefone está sob a mesa de centro da sala.
— Claro. Ligo com certeza. — Norma respondeu com tranquilidade, transmitindo uma sensação de segurança que trouxe um pouco de alívio para Alice.
Ao encerrar a ligação, Alice não conseguiu evitar a constante preocupação em relação ao que poderia estar acontecendo com seu irmão. O dilema de abandonar a festa para voltar para casa cruzou sua mente diversas vezes, mas a perspectiva de Petra a chamando de irresponsável no dia seguinte a manteve indecisa.
No entanto, sua determinação permanecia firme; se Norma ligasse novamente, Alice estava decidida a deixar a festa para cuidar de Josh, priorizando a saúde e o bem-estar do irmão acima de qualquer compromisso social. O peso da responsabilidade pesava em seus ombros, mas ela sabia que, no final, a família sempre vinha em primeiro lugar.
— Está gostando da festa? — um homem jovem se aproximou.
— Ah, não tanto. — Alice respondeu com sinceridade.
— Posso lhe pagar um drink? Talvez te dê ânimo. — Ele ofereceu, tentando injetar um pouco mais de animação na noite de Alice.
— Oh, não. Obrigada. — Alice recusou com um leve sorriso.
— Posso ver seu braço? — o homem perguntou, analisando a expressão de desinteresse no rosto de Alice.
— O meu braço? — Alice o encarou desconfiada. — O que tem meu braço?
Sem responder à pergunta de Alice, o homem apenas olhou em direção ao seu pulso e sorriu, sem mostrar os dentes, ao perceber que a pulseira de Alice era preta e não branca.
— Há algo de errado? — Alice ainda esperava por sua resposta.
— Na verdade não. — Ele negou, bebendo o resto de seu drink antes de se afastar, deixando Alice intrigada com a breve interação.
Alice ficou observando o homem se afastar, tentando decifrar o significado por trás de suas palavras, mas optou por deixar aquilo para lá. Sem muito ânimo para a festa, ela escolheu um lugar para se sentar e observou as pessoas ao seu redor se divertindo.
— Qual é, Alice! Você está parecendo uma morta. — Mia zombou ao se aproximar. — Veio para cá e vai ficar aí sentada? Anda, bebe algo e se solta.
— Não estou afim, é sério. — Alice negou, recusando a sugestão de Mia. — Estou bem.
— Você é uma chata. Se eu fosse tão bonita quanto você, já teria pegado metade dos homens daqui.
— Você é bonita. — Alice elogiou, tentando descontrair o clima. — Sem contar que todos estão bem chapados para pensar em analisar a beleza do outro. — Ela riu, buscando leveza na conversa.
— Se você estivesse usando uma pulseira branca... — Mia começou a dizer, mas se calou abruptamente. — Enfim, acho que deve aproveitar mais, senão Petra não te chama mais para fazer presença.