17.Naruto🌊

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Olha quem resolveu aparecer

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Na vida passada, devo ter sido um pecador.

Estava no meio de uma rodovia quando meu carro me deixou na mão, na verdade, nunca havia me acontecido antes, então fui pego totalmente desprevenido.

— É, o motor realmente está com problemas. — observo o mecânico fechar o capô do meu carro, e solto um suspiro, pensando no que fazer a seguir. Não sei se táxis passam por aqui e o próximo ponto de ônibus não parece ser muito perto.

— Será que demora muito para ser arrumado? Esse é meu carro favorito.

O mecânico arqueia a sobrancelha, olhando-me de cima a baixo. Ele limpa as mãos sujas em um pano mais sujo ainda e o joga sobre o ombro.

— Bem, se quiser posso guincha-lo para você e levá-lo até a oficina para uma melhor avaliação, mas talvez em uma ou duas semanas esteja tudo ok.

— Tudo isso?! — minha voz soa alta, exasperada demais.

— É o que posso fazer. — ele responde dando de ombros — Mas, talvez fique pronto antes. Posso te ligar e você busca o carro, ou se preferir entregamos na sua casa.

— Tudo bem. — coço a nuca, assentindo, começando a ficar incomodado por estarmos parados a uns vinte minutos no meio da rua. — Pode guincha-lo.

Ele havia julgado-me por completo apenas com o olhar e pelo jeito, odiou o que viu. Tudo bem, não precisava que ele gostasse de mim, só precisava do meu carro e em uma ou duas semanas ele estaria novinho em folha. O máximo que ele pôde fazer por mim foi me deixar em um ponto de ônibus, logo após guinchar meu carro.

Odiava pegar ônibus com todas as minhas forças, simplesmente por não saber como usá-lo ao certo. Nunca conseguia parar no meu ponto, então sempre os evitava, até porque não havia motivos para que eu pegasse ônibus, geralmente sempre estava de carro ou acompanhado de um motorista. Mas, pelo visto, sou sortudo o suficiente para estar sozinho e meu carro dar defeito no meio da estrada. Eu até podia chamar Sasuke ou alguém para me buscar, mas parecia desnecessário — ao mesmo tempo que pegar aquele ônibus parecia assustador.

Uns quinze minutos depois, o ônibus para em minha frente e eu subo, rezando para que dê tudo certo. Me sento ao lado de uma garota baixinha que está lendo um livro sobre Harry Potter, me fazendo lembrar de Hanabi. De repente, sinto algo ruim passar pelo meu corpo, algo como um pressentimento, deixando-me nervoso. Percebo que estou encarando demais a garotinha, então desvio o olhar, focando na paisagem da janela.

(...)

Algum tempo depois, o ônibus para com um solavanco e me levanto devagar, despedindo-me da garota ao meu lado. Ela acena de leve com um sorriso mínimo no rosto e desço do ônibus, constrangido por ter passado do meu ponto— assim como previ que pudesse acontecer. Agora estou divido entre chamar um táxi ou ir caminhando.

Fico pelo ou menos uns 5 minutos tentando decidir o que devo fazer, a brisa fresca da primavera bate contra meus braços e me encolho um pouco. O sol está começando a baixar, preciso cobrir meus olhos contra a claridade e olho para o outro lado. Estranhamente, estou sendo encarado por uma garotinha que assim que foca seus olhos nos meus os desvia. Não demoro para saber quem é. Apenas estranho a mochila que está carregando e suas roupas quentes demais para um dia como esse.

— Hanabi?! — chamo por seu nome. Ela me ignora e observo ao redor do ponto de ônibus, procurando por Hinata ou um de seus pais — Você está sozinha? — pergunto, não conseguindo localizar nenhum deles.

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