Prólogo - Elementais

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Há muito tempo, quando o mundo estava sendo formado, se estabeleceram quatro fontes de energia vital, essenciais para o equilíbrio.

Representado e ligado a tudo que é físico, o elemento Terra se faz presente nos terremotos e vulcões, equilibrando a energia do mundo sólido; seus elementais protetores são gnomos e duendes.

Fenômenos climáticos em geral, de tempestades a vendavais, são o principal trabalho dos silfos, elementais do Ar. São etéreos, raros de serem vistos e os mais elevados dos elementais.

Sendo guardiã do Fogo, a salamandra é presente a cada vez que as chamas dançantes são manifestadas; esse elemento é responsável principalmente pelo calor dos atos e emoções humanas, assim como os desejos e ações impulsivas.

E por último, o elemento Água. Sendo o mais abundante no planeta e no corpo humano, é símbolo de vida e da maioria das sensações humanas, como o amor e o afeto. Elemento purificador e protetor, é guardado por ondinas e sereias.

Há ainda quem diga que, além dos lugares em que os quatro elementos são manifestados, exista um lugar onde todos - incluindo seus elementais - entrem em harmonia. Lendas antigas falam de uma caverna, localizada na Floresta da Morte, onde jaz uma árvore centenária, estrondosa e firme, que guarda pedras raras e belas, representações dos elementos.

Por centenas de anos, essas joias têm sido protegidas, tanto pela árvore quanto pelos seres místicos, garantindo o equilíbrio do mundo.

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Ao fechar o livro, a mulher de longos cabelos loiros olha carinhosamente para a menina em seu colo, a vendo esperar ansiosamente para que continue a leitura.

- Chega por hoje, anjinho. 

Os olhinhos verdes, clarinhos e límpidos de qualquer maldade, se arregalaram. Logo depois, suas bochechas vermelhas inflaram, em uma careta emburrada.

- Ah não, mamãe! Por que? Eu queria ouvir sobre as sereias!

- Não é interessante ler um livro todo de uma vez, meu doce. Continuamos amanhã.

A menininha pôs a mão gorducha no queixo, parecendo pensar.

- Mas se já vamos ler amanhã, podemos adiantar mais um pouquinho logo hoje, não fará diferença! - a loirinha menor sorriu abertamente, fazendo sua mãe sentir uma onda de amor no peito.

Riu com a esperteza da filha. Entretanto, ao fazer isso, desencadeou uma crise de tosse. A mulher levou a mão à boca, tentando parar de tossir e respirar novamente.

- Mamãe? Está tudo bem? - os olhos verdes, antes alegres, agora estavam repletos de preocupação.

- Edith. - chamou a governanta, após se recuperar um pouco, mas com a voz rouca - Leve Raven para a cama.

- Como quiser, senhora. -uma mulher séria entrou no quarto, parecia ter um pouco mais de vinte anos, tinha sido recém-contratada - Venha, senhorita. Já está tarde. - pegou a criança no colo a levando para seus aposentos.

Após a saída de sua filha, a mulher se deitou adequadamente, fazendo uma nota mental para lembrar o marido de comprar novos medicamentos.


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