Entrei na sala correndo. A psicóloga me olhou surpresa.
__Não imaginei que você estivesse com tanta vontade de me ver. - Comentou dando um sorriso brincalhão.
__Na verdade não.- Ela arqueia as sobrancelhas.__É, desculpa... A gente pode ficar só em silêncio até o tempo acabar?
__Se é o que você quer.
__É sim, obrigada.- Respondo rápido não dando chance para ela mudar de ideia.
Os minutos se arrastaram e ela continuava ali apenas me observando.
__Aquele garoto tatuado lá fora é a primeira vez dele aqui também?- Indago tentando arrancar alguma informação após quase 1 hora aqui.
__Não posso falar sobre isso, Louise. Que tal falarmos de você?
__Melhor não.
__Tudo bem. - Ela olha para o relógio de pulso.__Vejo você de novo na sexta-feira.
Me levantei dando graças a Deus e sai tão depressa da sala quanto entrei.
Na sala de espera procurei por ele e não o vi, talvez ele tenha fugido como eu também quis.
Quando passei a porta para fora do consultório o Avistei falando no celular. Parecia irritado.
__É perda de tempo isso aqui. -Ele falou. Sua voz combinava com ele.
Concordei internamente.
__Falo com você depois. - Encerrou a chamada.
Virei o rosto quando ele me olhou. Dei as costas e segui direção contrária a que ele estava.
__Ei, garota nova! - Gritou.
__Hum? - estanquei e voltei a olha-lo.
__Se for pra você ficar me secando que pelo menos me pague uma bebida antes. - Sorriu, um sorriso largo e genuíno.
Postura relaxada, olhos perspicaz e um sorriso de canto. Aquele garoto parecia muito confiante.
__Não estava te olhando. - Respondi seca.
Puxei o fone de ouvido que estava pendurado em meu pescoço e soltei a música, dando fim naquela conversa.
Ele não tentou me impedir, nem insistiu e eu agradeci mentalmente por isso.
Ao chegar em casa me joguei na poltrona da sala de estar e respondi a mensagem do meu pai tranquilizando ele sobre a minha ida a psicóloga.
Acabei dormindo ali mesmo e acordei somente quando o estrondo de um trovão se fez ressoar alto e nítido na sala já escura.
Pela primeira vez em tempos eu havia dormido por algumas horas seguidas sem pesadelos, sem receio.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Depois da tempestade
ChickLitEu era grata ao meu pai por me obrigar a ir na psicóloga aquela tarde pois eu te conheci enquanto aguardava nervosa naquela sala de espera, assim que te vi pensei que aquele lugar não era o ideal, você parecia forte e desinteressado demais para est...