Me sentei na cama com a taça de vinho ainda vazia.
Sean se aproximou e a encheu, logo em seguida fez o mesmo com a dele.
Tomo um pouco e gosto do sabor.
__Eu briguei com meu melhor amigo. Bom,ele era.
__Sinto muito.
__Ah não sinta. Eu fui um canalha. -Diz virando toda a taça de vinho de uma vez.
__ Por que?
Bebo mais dois goles do vinho.
Ele se ajeita na cama sentando-se ao meu lado e recostando no amontoado de travesseiro.
__Eu brinquei com o coração da irmã dele. -Enche a taça e retorna a esvazia-la.__No ano passado eu perdi minha mãe e Lizzy ficou ao meu lado toda aquela fase fodida.
__Você estava quebrado, Sean. É normal partir os bons corações quando os nossos já não estão mais intactos.- Digo totalmente inspirada pelo vinho doce que ainda vibrava sabor em minha língua.
__A questão é que eu sabia dos sentimentos dela e me aproveitei disso, eu queria me sentir amado ao menos uma vez.
Engulo em seco.
__O que quer dizer com isso?
__Minha mãe não me amava, Louise. Se você ama alguém não a abandona da forma que ela fez.
__Como assim?
__Ela se matou.
Não consigo disfarçar meu choque.
__Que droga. Eu sinto muito mesmo. -Toco sua mão afim de passar conforto.
__Eu a encontrei enforcada na sala onde ela tocava piano. Ela amava aquilo mais que qualquer coisa. E o pior é que ela não se importou com o fato de que eu ou o papai a encontraríamos naquele estado.
Tudo aquilo era de realmente desestruturar qualquer um e agora fazia todo o sentindo eu tê-lo conhecido naquele consultório.
__Ela estava com depressão. Tomava tanto remédio que mal conseguia passar muito tempo acordada nos últimos meses. Eu sempre a encontrava trancafiada no quarto. O piano já não era mais ouvido e ali eu pude ver que minha mãe já estava morta por dentro há muito tempo.
__Não posso imaginar pelo que você passou, Sean. -Aperto sua mão.__Tenho certeza que Lizzy sabia das consequências quando tentou ajudá-lo naquela fase de luto, então não se culpe.
__Lizzy Osburne teve o coração não só partido, mas massacrado aos dezoito anos. Eu era seu primeiro amor e me aproveitei disso. Não fui um bom homem, na verdade não sou. Eu fiz o pior com ela e não senti nada.
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Depois da tempestade
ChickLitEu era grata ao meu pai por me obrigar a ir na psicóloga aquela tarde pois eu te conheci enquanto aguardava nervosa naquela sala de espera, assim que te vi pensei que aquele lugar não era o ideal, você parecia forte e desinteressado demais para est...