Vestido de Noiva

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POV Soraya Thronicke

1 semana depois.

Acordei com o som irritante do despertador. Tateei a mesa de cabeceira até encontrar a fonte de barulho e desligá-la com um leve tapa.

Espreguicei-me lentamente e soltei um gemido baixinho de satisfação quando senti minhas costas estralarem. Abri os olhos e esperei alguns segundos até ter a visão completamente focada no teto branco do meu quarto.

— Bom dia. — a voz grossa soou ao meu lado.

Virei meu corpo para o lado esquerdo e abri um meio sorriso ao ver que César estava me observando dormir.

— Há quanto tempo está me olhando? — perguntei.

— Não muito. Acordei com seu despertador. Que horas são?

— Oito e meia.

— Por que você acorda tão cedo? Só trabalha de tarde. — César perguntou.

— Porque eu tenho coisas para fazer pela manhã também. — me aproximei para beijá-lo no rosto e César virou tentando acertar minha boca. — Não. — me afastei. — Sem escovar os dentes, sem beijo.

Ouvi um gemido de reprovação da parte dele e aproveitei para me levantar.

Fui direto para o banheiro, onde tomei um banho rápido e escovei os dentes. Voltei para o quarto e vi que César voltou a dormir.

Vesti minha roupa de treino. Uma legging preta, um top preto e uma regata larga na cor cinza. Nos pés, calcei meus tênis de corrida. Fiz um coque frouxo e fui para a cozinha preparar algo para comer.

Optei por uma vitamina de banana, acompanhada com algumas torradas. Algo bem leve para não passar mal durante a corrida.

Deixei um bilhete para quando César acordasse, avisando que a vitamina estaria guardada na geladeira.

Peguei minhas chaves, juntamente com meu celular e tranquei a porta, descendo de elevador até o hall de entrada.

— Bom dia, Antônio. — o cumprimentei.

— Bom dia, Soraya. — ele sorriu. — Boa corrida.

— Obrigada! — fechei o portão e iniciei minha corrida em direção a orla de Ipanema.

[...]

Depois de 4,5km percorridos, decidi parar um pouco para descansar. Sentei em um dos diversos bancos espalhados e respirei fundo algumas vezes, sentindo o ar fresco entrando em meus pulmões, ao mesmo tempo em que meu coração batia acelerado dentro do peito.

Abri minha garrafa de água e esvaziei-a em poucos segundos.

Olhando para o céu, que estava completamente limpo e azul, me lembrei do dia em que tomei um banho de chuva e, inevitavelmente, meus pensamentos foram até a mulher com quem havia esbarrado no meio da rua.

É interessante o fato de que uma estranha tenha chamado tanto a minha atenção. E mais interessante ainda, é o fato de eu não saber explicar o porquê.

Eu havia a encontrado no meio da multidão de pessoas na foto de Clara e Helena e desde então, nunca mais a vi.

Senti meu celular vibrando no meu braço e com cuidado tirei-o do suporte que usava para correr. Olhei para o visor. Era minha mãe.

— Oi mami. — falei.

— Oi filha, tudo bem? — a voz calma do outro lado da linha perguntou.

— Sim. Aconteceu alguma coisa?

— Não, está tudo bem. Só queria saber se vai estar livre mais tarde.

The Rain - Simone & SorayaOnde histórias criam vida. Descubra agora