XI - O cão virou um lobo.

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A luz refletia pela janela, dentre as frestas da cortina surrada. Louise, muito curiosa para uma criança de 8 anos. Estava fazendo o tratamento de uma doença, por sorte, tal doença foi descoberta precocemente... Ela estava no caminho certo para ter uma longa vida.

O hospital era um ambiente agradável, ou ao menos ficou agradável. Tudo depois da visita de um certo palhaço... O incrível Splendorman! A garotinha andava pelos corredores em direção a cafeteria, pelas paredes, ela admirava as belas pinturas que as crianças fizeram com o palhaço, porém, já fazia muito tempo. A garotinha abraçou seu ursinho que fora um presente. Todo o dia, quando olhava o ursinho, lembrava de seu amigo.

"Oh, olá princesinha! Porque está tão triste...? Não fique assim! — ele aproxima da garotinha um belo ursinho, com um lacinho cor de rosa com um botão de flor ao meio. — Quer dar um nome para ele? Ele precisa de uma amiga."

Um sorriso escapou de seu rosto angelical, eram boas memórias. Logo mais, chegou a cafeteria, sentou-se em uma mesinha com seus amigos, e logo recebeu uma refeição nutritiva. Ao fundo, podia-se ouvir as enfermeiras murmurando alguma coisa, mas a garota não prestou atenção, obviamente.

— Poxa, não consegui contato com o palhaço pro aniversário da Suzy...

— É uma pena, porque ela vai fazer a cirurgia logo! O que será que aconteceu? Nao adianta trazer outros palhaços, as crianças gostam dele!

...

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Após mais um longo dia, a tarde finalmente caiu. O céu estava em uma linda mistura dentre alaranjado e púrpura, com nuvens salpicadas pelo céu, ficando coloridas com o reflexo do sol. Poucas pessoas passeavam pela rua, de fato, uma tarde preguiçosa. Louise observava o lado de fora pela janela. Deixou escapar um leve suspiro por seus lábios delicados, o que fez uma enfermeira que estava atrás de si ajeitando alguns lençóis rir, era tão adorável.

Repentinamente, a garotinha viu uma figura se aproximar do hospital, uma figura bastante alta... Ninguém poderia ter essa altura! A menos que...

— Isplendi, é o tiu Isplendi!!! – A garotinha gargalhou, pulando da cadeira a qual se apoiava para ver o lado de fora, então, saiu correndo pelo hospital. A enfermeira nem ao menos teve tempo de para-la, pois ela já estava longe.

Não haviam muitas pessoas na recepção, pois a final, era um dia tranquilo e calmo. O púrpura do céu acabou desaparecendo conforme uma silhueta crescia em frente a garotinha. A escuridão emergiu e a cobriu. Não havia mais barulho, era como se os pequenos pássaros cantando ao lado de fora tivessem ido de uma vez embora, como se as crianças brincando na praça tivessem se calado, só era possível ouvir o pisar pesado das botas do ser. Tuc... Tuc... Tuc... Tuc.

Finalmente, a figura entra pela porta do hospital, ficando frente a frente com a garotinha, que deu um passo para trás, segurando suas próprias mãozinhas delicadas.

—...tiu Isplendi...? – Questionou timidamente.

— Hah... Não não não não, queridinha, não é o tiu Splendy. — Pronunciou a voz grossa e profunda. Sua roupa era completamente negra, com um chapéu fedora cobrindo seu rosto. Só estava à mostra aquele sorriso malicioso e os dentes pontuados de fora.

Pétalas cor de Sangue - OffendermanOnde histórias criam vida. Descubra agora