Capítulo 16

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– Obrigada! – Evelyn apertou os braços ao redor de Quincey e depois de Bernard
– Nós que agradecemos! – agradeceu Bern
– Obrigado! – Jasper abraçou o primo e o noivo
– Ficamos muito felizes que vocês vieram!

Os dois estavam entre os últimos convidados a irem embora e Jasper se surpreendeu que Evelyn o estava aguardando. Porém, pelo que conhecia dela dos últimos meses, a feiticeira não iria embora e o trancaria para fora de casa naquela noite. Isto, até certo ponto, era um alívio.
    Jasper sentia que nada poderia estragar sua noite. Evelyn estava de bom humor, o que significava que teria paz pelo restante da noite. Jess ficaria em Londres até o final do mês. E ele estava de barriga cheia.

– Obrigado, irmão! – agradeceu ao primo – Por tudo.
– Eu que agradeço. – Quincey puxou Jasper pelo braço, afastando-o do noivo que ainda conversava animadamente com a amiga – Queria te perguntar uma coisa
– Pergunte – Jasper estava curioso em descobrir o por quê de a pergunta de seu primo exigia que eles se afastassem, mas conhecia Quincey muito bem para saber que ele não faria uma coisa dessas sem motivo
– Gostaria de ser meu padrinho? – a pergunta o pegou de surpresa e Jasper ficou sem palavras – Você pode recusar, não se sinta obrigado...
– Está maluco? – questionou Jasper agitado – Eu só não esperava! Vai ser a maior honra da minha vida ser seu padrinho
– Ufa! – Quincey relaxou os ombros – Se você falasse não, eu ia ter que pensar em outra pessoa e ia dar o maior trabalhão
– Idiota! – Jasper riu
– Pode deixar, mãe. – dizia Evelyn ao telefone quando Jasper e Quincey se juntaram a ela e a Bernard – Eu aviso quando chegar em casa
E não tranque o Jasper para fora – ele ouviu Juliette repreendendo a filha
– É tentador. – Evelyn o fuzilou com o olhar dourado – Mas, não se preocupe. Não vou estragar a noite de Bern e Quince
Tome cuidado, anjo – falou Tristan
– Vou ter. – ela sorriu. Era um sorriso doce e Jasper duvidava que a feiticeira soubesse que o esboçara – Amo vocês
Também te amamos
Bem, – Evelyn colocou o celular na bolsa, com o sorriso ainda dançando em seus lábios pintados de rosa – meus pais sendo meus pais
– Matou um pouco a saudade? – perguntou Bern
– Sim! – o sorriso de Evelyn se alargou e Jasper fingiu olhar os convidados que haviam sobrado, dentre eles Debra e Jess que ainda conversavam próximas à sacada, para disfarçar que também sorriu involuntariamente

   Seu celular vibrou no bolso da calça. Era uma mensagem de Quincey e ele olhou para o primo com uma interrogação estampada na cara. O Comandante apenas deu um breve aceno com o queixo em direção ao aparelho

"Eu vi isto" – a mensagem era curta e Jasper revirou os olhos. Seu primo, quando queria, era um vampiro bastante abelhudo

   Infelizmente, Jasper não podia negar que se afeiçoara aos pais de Evelyn e que se compadecia da moça por ter que viver longe deles. Ele sabia na pele o que era sentir falta de alguém que amava e não poder vê-lo sempre que quisesse. Ainda que, no seu caso, os pais estivessem mortos e os de Evelyn não, ele sabia que via a irmã com mais frequência do que a feiticeira via os próprios pais.

– Bora, Ardelean. – chamou Evelyn
– Voltou a falar comigo? – provocou com um sorriso predatório

    Evelyn apenas mandou um beijo e um adeus para os noivos e seguiu para o elevador. Jasper, depois de se despedir mais uma vez do primo e do amigo, apressou-se atrás dela. Entrou no elevador com as portas se fechando.
    A fêmea ficou olhando para as unhas longas e bem feitas que, naquele dia, estavam pintadas em um tom de nude tendendo para o dourado durante toda a descida. Ela só olhou para frente quando o elevador parou. E Jasper a puxou para junto de si no instante em que as portas se abriram e a saraivada de balas atingiu o local onde ela estivera milésimos de segundos antes. Jamais seria tão grato por estar alimentado e principalmente ao seu primo por tê-lo alimentado tão bem, caso contrário, neste momento, Evelyn estaria morta lotada de buracos de bala.
     Escondidos atrás da parte do elevador em que ficavam os botões dos andares, Jasper abraçava Evelyn, mantendo-a colada contra seu corpo enquanto as balas continuavam a fustigar o elevador. Não queria se arriscar a estender o braço para acelerar o processo de fechamento das portas. Mas Evelyn tinha outros planos. Ele percebeu o momento que sua magia travou o elevador aberto no andar do estacionamento. Apesar de trêmula, o vampiro tinha certeza que ela não movera as mãos para fazer aquele feitiço.

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