Capítulo 5

65 19 2
                                    

— Aonde vão?

Seokjin tentou não se assustar, na manhã seguinte, enquanto acomodava Min-jeung na cadeira de rodas. Dois criados suavam sem parar por terem-na descido na cadeira até o hall da mansão. Terminou de ajeitar a manta sobre as pernas da tia de Taehyung e ergueu-se para encarar o visconde.

— Vamos dar um passeio no parque. — Seokjin agradeceu aos criados e empurrou a cadeira em direção à porta. Vestida, como sempre, de preto, Min-a aceitou o xale e a sombrinha que Dawkins lhe oferecia. — E pensei que tivesse deixado claro que não o queria me espionando o tempo todo.

O alfa o fitou da cabeça aos pés, como se não conseguisse conter seus instintos alfas diante dele.

— Espere. — Taehyung tirou uma caixa estreita do bolso. — Isto é para você.

Seokjin sabia o que era; ele lhe dera muitos nos últimos seis anos.

— Tem certeza de que vale a pena continuar a me armar? — ele indagou ao abrir a caixa.

O leque era azul-claro e, quando aberto, revelava o desenho de um pombo no delicado papel de arroz. Era irritante notar que Taehyung sempre sabia do que ele iria gostar.

— Creio que sim. Dessa forma, saberei o que vai me atingir — ele retrucou, olhando para as tias. — Por falar nisso, não preferem usar o coche?

— Queremos nos exercitar, e não a seus cavalos.

— Poderíamos nos exercitar juntos. 

Seokjin ruborizou. Podia perceber no tom usado pelo alfa a que tipo de atividade ele se referia. 

Em presença das tias, não ousou dar a resposta que ele merecia.

— Nesse caso, talvez você saia machucado. — Foi o melhor que ele pôde fazer, enquanto abria e fechava seu novo leque.

— Talvez eu esteja disposto a correr o risco. — Taehyung sorriu. — E talvez você se exercite mais do que imagina ao empurrar essa cadeira pelo Hyde Park.

— Agradeço a preocupação, mas não será necessário. — Precisava ser gentil com Taehyung, lembrou a si mesmo.

— Vou com vocês. O fato de não ser necessário não significa nada.

— Significa, sim...

O irmão caçula de dez anos, Beomgyu, desceu a escada correndo.

— Também vou ao Hyde Park. Quero montar meu cavalo novo.

— Mais tarde, Beomgyu — Taehyung retrucou. — Não posso ensiná-lo a montar e empurrar a cadeira de tia Min-jeung ao mesmo tempo.

— Eu lhe darei aulas de montaria — Jungkook se ofereceu, no topo da escada.

— Pensei que tivesse se juntado à Marinha, não à Cavalaria.

— A Cavalaria não me interessa porque já sei tudo o que há para saber a respeito de cavalos.

Taehyung parecia irritado, o que fez Seokjin sorrir com sinceridade.

— Quanto mais, melhor. É o que sempre digo. — O ômega recuou para que Taehyung se encarregasse da cadeira de rodas.

Quando se reuniram diante da mansão, onde Beomgyu, seu cavalo e Jungkook os aguardavam, formavam um grupo de oito pessoas, incluindo os cinco irmãos Jeon. Taehyung olhou para Yeonjun, que trotava pela alameda, e para Namjoon, que o seguia logo atrás, mancando levemente.

— Jungkook está ensinando o Beomgyu — ele resmungou, empurrando a tia pela rua de pedregulhos. — Por que o resto de vocês também veio?

— Estou auxiliando o Jungkook — Yeonjun respondeu, posicionando-se ao lado de Jungkook.

Lições de amor a um cretino | TaejinOnde histórias criam vida. Descubra agora