Capítulo 2

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Taehyung, o visconde Jeon, desviou a atenção do jornal quando ouviu uma batida à porta de sua residência. O preço da cevada caíra novamente, dois meses antes de sua plantação estar pronta para a colheita.

Ele suspirou. As perdas provavelmente sugariam o lucro que conseguira obter com a colheita da última primavera. Estava na hora de outra reunião com seu advogado para avaliarem a venda ao mercado.

Mais uma vez, uma batida à porta ecoou pela residência.

— Dawkins, a porta! — Taehyung chamou, tomando um gole de chá.

Ao escutar, pela terceira vez, a batida à porta, ele dobrou o jornal e se levantou. As excentricidades de Dawkins, embora engraçadas, mantinham o bom homem ocupado com a prataria ou cochilando em uma das salas. O restante dos criados, no mínimo, devia estar às voltas com a família. Ou então havia fugido sem aviso prévio.

Com a sorte que estava tendo ultimamente, era provável que uma manada de advogados e credores o esperasse à porta da frente para cobrar suas dívidas.

— Sim? — Taehyung disse ao abrir a porta. — O quê...

— Bom dia, lorde Jeon. — Kim Seokjin lhe fez uma cortesia.

Taehyung ficou boquiaberto. Normalmente, a visita de um ômega tão lindo seria algo bom. Porém, não havia nada de normal em se tratando de Kim Seokjin.

— O que está fazendo aqui? — perguntou, notando que um criado se encontrava logo atrás dele. — Não está armado, está?

— Somente com o meu belo rosto — retrucou, arrancando risinhos do criado que o acompanhava. — Posso conseguir muitas coisas com ele, mas não o classifico bem como uma arma. 

Taehyung podia sentir acidez em cada uma de suas palavras.

— E por que está aqui? Perdeu-se no caminho de casa?

— Não, milorde. Vim visitar suas tias. Por favor, afaste-se. — Sem se importar com o alfa, passou por ele e entrou. 

— Oh, que gentileza, Seokjin. Não quer entrar? Sinta-se à vontade — Taehyung o convidou com atraso, ironicamente.

— Você não leva jeito para mordomo — Seokjin disse. — Poderia, por favor, conduzir-me às suas tias?

Taehyung cruzou os braços. Estava curioso para saber por que Seokjin resolvera visitar a Mansão Jeon. O ômega conhecia aquele endereço havia anos, mas era a primeira vez que se dava o trabalho de aparecer.

— Já que não levo jeito para mordomo, você poderia procurá-las sozinho.

— Alguém já lhe disse como é rude? — O ômega o encarou.

— Já. Você o fez em várias ocasiões, se bem me lembro. No entanto, caso queira se desculpar, ficarei feliz em conduzi-lo para onde quiser ir.

Um rubor súbito coloriu a face alva de Seokjin.

— Nunca pedirei desculpas por dizer a verdade. Se não soube receber as críticas e transformá-las em mudanças reais em seu comportamento, problema seu. Eu continuarei a apontá-las.

O alfa não esperava que o Kim se desculpasse, mas continuava insistindo a cada oportunidade. Era divertido tirá-lo do sério.

— Muito bem. Lá em cima, primeira porta à esquerda. Estarei tomando meu desjejum, caso precise de meus serviços. — Taehyung fez uma reverência exagerada e depois voltou ao seu café e ao jornal.

Enquanto o Kim subia a escada, escutou-o resmungar. O alfa abriu um largo sorriso e depois meneou com a cabeça. Kim Seokjin realmente não tinha jeito.

Lições de amor a um cretino | TaejinOnde histórias criam vida. Descubra agora