Depois do jantar, quando o quarteto saiu para assistir à ópera, Seokjin pensou em reconsiderar suas obrigações para com as irmãs Jeon. Não tinha nenhum compromisso para aquela noite, pois sentia que o auxílio a Min-a e Min-jeung vinha antes de festas e bailes.
E agora, abandonado pelas tias, não havia nada que pudesse fazer a noite toda, a não ser pensar que estava completamente sozinho com Taehyung naquele casarão.
O alfa era um homem arrogante e impossível. E, para piorar, o ômega entendia perfeitamente bem por que Shin Do Hyun se encantara pelo visconde. Se, por um minuto, conseguisse esquecer o quão mal caráter ele fora, Seokjin podia até imaginar-se outra vez em seus braços, beijando aqueles lábios tão conhecidos.
— Jin — o jovem Beomgyu o chamou assim que entrou na biblioteca, onde ele se refugiara. — Sabe jogar vinte e um?
— Faz anos que não jogo.
— Não incomode o sr. Kim. — A voz grave do visconde ecoou da porta. — Ele está lendo.
— Mas precisamos de quatro jogadores!
Seokjin forçou um sorriso, ciente de que estava ruborizado.
— Você e eu somos apenas dois, Beomgyu.
— Não. Nam, Tae e eu somos três. Precisamos de você.
— Sim, precisamos de você — Taehyung repetiu.
Desconfiado, Seokjin tentou decifrar o que estava por trás da expressão inocente de Taehyung, para que pudesse retaliá-lo. Porém, ele nada deixava transparecer.
Se declinasse o convite de Beomgyu, ele faria papel de covarde e esnobe. E Taehyung se veria no direito de acusá-lo disso, já que não tinha a menor inclinação para ser um cavalheiro.
— Muito bem. — Seokjin fechou o livro e se levantou. — Eu adoraria jogar com vocês.
Por fim, o ômega se sentou entre Beomgyu e Namjoon, o que o obrigaria a encarar Taehyung a noite toda.
Enquanto Beomgyu dava as cartas, Seokjin se virou para Namjoon, a fim de evitar o olhar vigilante de Taehyung. Não sabia muito a respeito do irmão mais velho, exceto que, anos atrás, quase morrera na guerra. Seokjin o vira em público em raríssimas ocasiões desde que ele retornara. Com exceção do andar levemente alterado, Jeon Namjoon parecia em forma.
— Como conseguiram envolvê-lo neste jogo? — indagou, sorrindo.
— Sorte.
— Se não se importa — Seokjin insistiu, apesar da resposta vaga —, eu gostaria de saber de onde vem seu apelido.
— Eu o apelidei de Nam — Beomgyu respondeu, examinando suas cartas. — Era como eu o chamava quando bebê.
O jovem Beomgyu devia achar que ele e os irmãos eram anciões.
— Você criou apelidos para seus outros irmãos?
O caçula franziu o cenho, concentrado no jogo.
— Taehyung é Tae e, às vezes, é Taetae. E Jungkook é JK ou Kook. Chamamos Yeonjun de Jun, mas ele não gosta desse apelido.
— Por que não?
— Ele diz que o nome é de menina.
— Entendo.
— E eles me chamam de Beo ou de Anão.
— Que horror! — Seokjin encarou Taehyung. Claro que ele usaria um nome depreciativo para caracterizar um membro da família.
— Mas gosto do apelido! — Beomgyu sentou-se ereto na tentativa de se equiparar a altura dos irmãos.
— Ele gosta — Taehyung reforçou, antes de pegar uma carta no baralho e colocá-la diante de Seokjin.
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Lições de amor a um cretino | Taejin
De TodoNo passado, o notório visconde Jeon Taehyung seduzira o lorde Seokjin somente para ganhar uma aposta. Mas agora ele iria pagar caro. O plano era simples: o lindo e notável Kim Seokjin usaria cada artimanha sedutora que conhecia, com o intuito de co...