Capítulo 6

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Depois do jantar, quando o quarteto saiu para assistir à ópera, Seokjin pensou em reconsiderar suas obrigações para com as irmãs Jeon. Não tinha nenhum compromisso para aquela noite, pois sentia que o auxílio a Min-a e Min-jeung vinha antes de festas e bailes.

E agora, abandonado pelas tias, não havia nada que pudesse fazer a noite toda, a não ser pensar que estava completamente sozinho com Taehyung naquele casarão.

O alfa era um homem arrogante e impossível. E, para piorar, o ômega entendia perfeitamente bem por que Shin Do Hyun se encantara pelo visconde. Se, por um minuto, conseguisse esquecer o quão mal caráter ele fora, Seokjin podia até imaginar-se outra vez em seus braços, beijando aqueles lábios tão conhecidos.

— Jin — o jovem Beomgyu o chamou assim que entrou na biblioteca, onde ele se refugiara. — Sabe jogar vinte e um?

— Faz anos que não jogo.

— Não incomode o sr. Kim. — A voz grave do visconde ecoou da porta. — Ele está lendo.

— Mas precisamos de quatro jogadores! 

Seokjin forçou um sorriso, ciente de que estava ruborizado.

— Você e eu somos apenas dois, Beomgyu.

— Não. Nam, Tae e eu somos três. Precisamos de você.

— Sim, precisamos de você — Taehyung repetiu.

Desconfiado, Seokjin tentou decifrar o que estava por trás da expressão inocente de Taehyung, para que pudesse retaliá-lo. Porém, ele nada deixava transparecer.

Se declinasse o convite de Beomgyu, ele faria papel de covarde e esnobe. E Taehyung se veria no direito de acusá-lo disso, já que não tinha a menor inclinação para ser um cavalheiro.

— Muito bem. — Seokjin fechou o livro e se levantou. — Eu adoraria jogar com vocês.

Por fim, o ômega se sentou entre Beomgyu e Namjoon, o que o obrigaria a encarar Taehyung a noite toda.

Enquanto Beomgyu dava as cartas, Seokjin se virou para Namjoon, a fim de evitar o olhar vigilante de Taehyung. Não sabia muito a respeito do irmão mais velho, exceto que, anos atrás, quase morrera na guerra. Seokjin o vira em público em raríssimas ocasiões desde que ele retornara. Com exceção do andar levemente alterado, Jeon Namjoon parecia em forma.

— Como conseguiram envolvê-lo neste jogo? — indagou, sorrindo.

— Sorte.

— Se não se importa — Seokjin insistiu, apesar da resposta vaga —, eu gostaria de saber de onde vem seu apelido. 

— Eu o apelidei de Nam — Beomgyu respondeu, examinando suas cartas. — Era como eu o chamava quando bebê.

O jovem Beomgyu devia achar que ele e os irmãos eram anciões.

— Você criou apelidos para seus outros irmãos?

O caçula franziu o cenho, concentrado no jogo.

— Taehyung é Tae e, às vezes, é Taetae. E Jungkook é JK ou Kook. Chamamos Yeonjun de Jun, mas ele não gosta desse apelido.

— Por que não?

— Ele diz que o nome é de menina. 

— Entendo.

— E eles me chamam de Beo ou de Anão.

— Que horror! — Seokjin encarou Taehyung. Claro que ele usaria um nome depreciativo para caracterizar um membro da família.

— Mas gosto do apelido! — Beomgyu sentou-se ereto na tentativa de se equiparar a altura dos irmãos.

— Ele gosta — Taehyung reforçou, antes de pegar uma carta no baralho e colocá-la diante de Seokjin.

Lições de amor a um cretino | TaejinOnde histórias criam vida. Descubra agora