Capítulo 4

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— Então, conte-me as novidades.

O advogado parecia pouco à vontade quando se sentou diante de Taehyung, mas o alfa não considerou o comportamento como um sinal ruim. Aquele parecia ser o estado natural do homem.

— Fiz o que me pediu, milorde. — O advogado folheou a pilha de papéis até encontrar o que queria. — No último relatório, a cevada japonesa estava sendo vendida por sete vezes mais do que é vendida aqui.

Taehyung fez alguns cálculos.

— São cento e quarenta a tonelada, mais o custo do navio, que é de cem por tonelada, certo? Não creio que valha a pena ou o esforço para um lucro tão pequeno.

— Não são exatamente esses os números... — o advogado começou.

— Vamos em frente.

— Sim, milorde. Para onde vamos, milorde?

— Para o algodão.

O homem tirou os óculos e limpou as lentes em um lenço. O manuseio dos óculos normalmente era um bom sinal.

— Com exceção das ovelhas Cotswold, o mercado do algodão está moroso.

— Eu crio ovelhas Cotswold.

— Eu sei, milorde. — Os óculos voltaram ao nariz.

— Todos sabemos disso. Continue. Meu verão depende do Japão, menos as despesas.

Os óculos, dessa vez, permaneceram onde estavam, o que fez Taehyung concluir que passara tempo demais em jogatinas estudando as fraquezas de seus oponentes. Por outro lado, ao longo do último ano, obtivera mais dinheiro em apostas do que pelos meios normais.

— Eu estimaria um lucro de aproximadamente cento e trinta e dois. 

— Aproximadamente?

— Sim, milorde.

Taehyung soltou a respiração e logo a prendeu de novo quando uma silhueta alta passou diante da porta aberta do gabinete.

— Ótimo. Vamos prosseguir.

— Ainda assim é um risco, milorde, já que o tempo e a distância se somam à equação.

Sorrindo, Taehyung se levantou.

— Gosto de correr riscos. E sei que não é o suficiente para que minha situação se altere. Mas pode parecer que estou fazendo dinheiro, o que é importante.

— Se me permite a franqueza, milorde, eu gostaria que seu pai tivesse sido mais perspicaz quanto às finanças.

Ambos sabiam que o pai de Taehyung havia desperdiçado dinheiro com itens insignificantes, os vários amantes oficiais e não oficiais e bebidas, o que servira apenas para alertar os credores e seus pares. O resultado fora um desastre total.

— Eu lhe agradeço pela discrição e lealdade para conosco. — Taehyung se dirigiu à porta. — E por isso que ainda trabalha para mim. Prepare a correspondência, por favor.

— Sim, milorde.

Taehyung encontrou Seokjin à porta da sala de música.

— Onde esteve esta manhã? — perguntou.

Assustado, o ômega o encarou com expressão de culpa.

— Não é da sua conta. Não é porque estou morando aqui que lhe devo satisfações. Vá embora. 

A reação o intrigou.

— Esta é minha casa. Tenho uma carruagem e um coche. Ambos estão à sua disposição. Você não precisa de transporte de aluguel.

Lições de amor a um cretino | TaejinOnde histórias criam vida. Descubra agora