CINCO

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Onze anos foram tempo o suficiente para ver do que o WT era capaz de fazer para conseguir tudo o que ele queria, e quando eu digo tudo, era tudo mesmo

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Onze anos foram tempo o suficiente para ver do que o WT era capaz de fazer para conseguir tudo o que ele queria, e quando eu digo tudo, era tudo mesmo. E se eu estava aconselhando o Chefin a temer o cara, era porque eu o conhecia muito melhor do que o próprio filho.

Quando falei sobre não gostar da gestão do mano, era porque do jeito que ele administrava isso aqui, parecia até mesmo o regime militar. Os soldados temiam ele, os moradores tinham medo de dirigir a palavra, e os comerciantes pagavam uma meta alta por uma segurança maneira... tudo era ruim, só não para ele. E era isso que me deixava puto.

— Na moral, Dólar, eu sou um fodido e me incluir nesse plano é a maior roubada, cara! — o Raposo disse inquieto, falando alto demais com aquela língua solta dele — O patrão vai me dar um batido e eu vou acabar soltando a merda toda no ventilador, parceiro — disse, temendo que isso pudesse realmente acontecer, e eu rolei os olhos, lhe dando um estaladão na nuca.

— Se orienta, bobão! O Chefin é sagaz e conciente, não vai jogar 'nós na bola — falei ajeitando a minha postura, repousando o bico do fuzil na havaiana.

— Não vai jogar porque 'nós já 'tá nela — ele disse encostando na parede ao meu lado — eu já passei a visão de que não quero morrer como alemão nessa porra!

Continuou na paranóia, e eu estava prestes a arrancar a língua desse cara. Aí eu queria ver como ele iria se sair na hora do desespero.

— Alemão?! Vocês 'tão sabendo de algo que eu ainda não sei, eu devo me preocupar? — o WT apareceu na porta da cozinha com mais dois soldados em sua cola, e eu pude jurar que ouvi o Raposo engolir seco com o silêncio de alguns segundos que se instalou na sala.

E limpando a garganta, o Raposo se pronunciou, deixando que toda a merda passasse diante dos meus olhos antes mesmo de tudo acontecer — Que isso, patrão... — e antes que ele nos caguetasse, eu puxei o fuzil e de uma vez só acertei o seu dedão do pé em cheio, fazendo ele murmurar e gemer de dor, chamando a atenção do patrão pra mim.

— Não é nada, patrão, pode ficar tranquilo aí — falei tomando a frente — que nós tava falando sobre o armamento que 'tá 'pra chegar, aquele que fiquei responsável — mudei de assunto e ele assentiu interessado — e o Raposo comentou que agora sim 'nós vai colocar alemão 'pra deitar no cemitério.

— Estiradinho no valão! — o Raposo completou, e com a voz quase falhando ele limpou a garganta — Porque por mim, nada vai passar batido, e se passar da faixa vira ficha, certinho!

— É isso. Alemão safado aqui não tem vez, é igual a xisnove que morre 'pra ficar de exemplo. — o patrão disse e logo se adiantou até a porta, pronto para sair — Cadê o Chefin, a Gabriela, eles já chegaram aqui? — questionou me encarando e eu dei de ombros negando com a cabeça — Mandei aquele moleque trazer ela e só, pô. 'Tá demorando porque?!

— Eu repassei a ordem, patrão, mas a tua filha cismou de ficar lá na dona Vera, tá ligado né? — o Raposo passou essa visão e eu quase atirava no pé do filho da puta, ao invés de apenas de deixar um machucadinho.

Se o velho fosse conferir, aí sim a merda estaria feita. Com a princesinha ninguém mexe, e isso incluía o Chefin.

— Eu vou ter que meter o pé, preciso atravessar pra resolver um bagulho e vou ficar ausente até quarta-feira— disse em suspiro cansado. O cara poderia ser tudo, mas o cuidado que ele tinha com a filha era de outro papo — Deixa ela lá na Vera mesmo, e fala pra ela cuidar bem da garota. — apontou o dedo — Quero segurança reforçada aqui na mansão, e nos principais pontos do morro. O movimento é pra manter o mesmo — e logo abriu a porta — e fala pro filho da puta do Chefin, ritmar o comércio na minha ausência. Quero os pagamentos até o final dessa semana.

— Já é, patrão, vai tranquilo. — encerrei o assunto e ele assentiu saindo para o lado de fora, acompanhado dos soldados.

— Tu é doente, porra?! — dei uma cotovelada na barriga do Raposo e ele se curvou, grunhido de dor — Sorte a nossa que ele não mandou procurar e nem foi atrás pessoalmente — falei passando a mão na cabeça, nervoso demais com tudo o que tinha acabado de acontecer.

— Até a noite eu ainda morro, mas não é por ser alemão safado não — ele tossiu — é por hemorragia interna de tanto tomar porrada!

— Porra, só matando, parceiro! — falei bolado o olhando atravessado, colocando a bandoleira do fuzil no ombro eu abri a porta novamente — Fica ai, eu vou me certificar de que o WT 'tá saindo mesmo do morro.

Proibida Pra MimOnde histórias criam vida. Descubra agora