OITO

248 33 6
                                    

Se ainda eu estivesse dito um talvez, agora, com certeza, essa tinha sido a minha pior escolha de onde direcionar o olhar no momento

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Se ainda eu estivesse dito um talvez, agora, com certeza, essa tinha sido a minha pior escolha de onde direcionar o olhar no momento...
Os espelhos refletiam o reflexo do corpo dela sobre o meu, e o que era proibido aos meus olhos foram revelados ali.

Sua calcinha de renda preta, na mesma cor do vestido, estava evidente aos meus olhos pelo reflexo do espelho, deixando os meus pensamentos ainda mais intensos do quê já eram e o ar foi preso em meus pulmões quando ela decidiu soltar os meus pulsos e sentar sobre o meu quadril, se inclinando para frente levando uma de suas mãos para o meu pescoço.

— Fala, Caio, que merda você acha que estava fazendo? — ela questionou apertando meu pescoço de leve, com suas unhas arranhando a minha pele — Tem sorte de eu não ser o nosso pai.

Eu estava lutando contra todo meu corpo, inclusive a minha mente e coração. Mas com ela não dava para segurar, não com ela daquele jeito em cima de mim, tão sexy e cheia de marra. Tudo em mim era traiçoeiro, e isso contava com os sentimentos por ela.

— Ele não é o meu pai, Gabriela — falei respirando devagar, receoso que o meu corpo me traía — Nunca foi.

— Pai é quem cria, Caio, e foi isso que ele fez por você. Para de ser assim — ela me repreendeu, lembrando de quê eu tinha uma dívida com ele. A minha vida sempre esteve nas mãos dele, e isso era algo que me incomodava. Eu não tinha a minha própria liberdade, nem quando eu merecia isso.

Era como uma prisão. Eu tinha direitos, mas não o livre arbítrio.

E esse pensamento fez a razão falar mais alto do que qualquer desejo que estava ali presente pairando naquele quarto e no meu corpo. Ele não era o meu pai, era o meu patrão e o carrasco que tinha o poder de acabar com a minha vida a qualquer momento, bastando ele querer.

Eu escolhi isso, mas não quer dizer que eu tenha que aceitar.

— Não! — a segurei por trás do joelho direito, e a empurrei para o lado ficando por cima dela — Eu não vou parar, Gabriela. Nós dois sabemos que tudo isso não passa de um teatrinho de merda — despejei a olhando nos olhos — Você, eu, e tudo isso! Acha mesmo que ele ligaria se eu morresse?

— Caio... — ela hesitou, e mesmo sabendo que o que eu estava falando era verdade, ela ainda continuava do lado dele.

— Isso não passa de uma ilusão, e tu sabe disso — falei a soltando em um solavanco sobre a cama, a fazendo apertar os olhos, receosa — Não espera ele pular na minha frente e tomar um tiro por mim, tampinha, porque isso ele não vai fazer — caminhei até o outro lado do quarto e peguei o cofre que estava no chão sem nenhum sinal de dano — quando tu resolver acreditar nisso, nós poderemos conversar.

E sem dizer mais nada, abri a porta do quarto e saí descendo as escadas a deixando sozinha naquele quarto.

Eu poderia sair com o cofre em mãos, para todos verem, mas optei em tirar a minha camisa e enrolar no mesmo, como se enrola um viajante de pássaros. Era um tiro no escuro, mas era melhor do que ser encurralado logo de cara. E eu sei, o WT não perdoaria na revista.

— Ele se mandou, e eu quase morri enquanto ele estava aqui... — o Raposo contou assim que eu desci o último degrau. Ele estava deitado no sofá de quatro lugares, com as pernas para cima, à vontade demais para quem estava com medo de morrer a algumas horas atrás — Qual foi? — questionou assim que me viu realmente, e logo sentou no sofá jogando o celular para o lado.

— Descobre a combinação. Sem explosões, sem arrombamentos — coloquei o cofre na frente dele— só descobre a porra da combinação!

— Talvez eu demore um pouco... — comentou desenrolando a camisa, analisando o cofre — isso aqui tem mais de 8 possíveis combinações, Chefin — ele me olhou receoso — se o WT voltar antes do previsto e der por falta dessa porra? Já te passei a visão, parceiro, se der merda eu não vou morrer como alemão...

— Cala a porra da boca, Raposo, e começa logo a abrir isso aí — o Dólar meteu a mão na porta e foi entrando, assustando o ruivo que quase deixou o cofre cair — O patrão só volta daqui a quinze dias, tu vai ter tempo o suficiente para abrir mais cinco desse — disse fechando a porta atrás de si com um aceno de cabeça.

Brigar com a Gabriela não estava nos meus planos, mas talvez fosse melhor assim, ou ela seria um problema para a guerra que eu quero começar. E tudo estava indo como eu tinha planejado, e não era o meu coração que iria trabalhar nisso.

Proibida Pra MimOnde histórias criam vida. Descubra agora