16 - O ano novo

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Você se lembra de não muito antes?

Quando costumávamos viver para a noite

Valorizar cada momento

Agora nós não vivemos, existimos

Apenas corremos por nossas vidas

Tão sozinhos

Isso é o porque você deve me abraçar

Savage Garden – Hold me

O almoço desastroso de ambas as partes fez muita coisa se desenvolver em suas mentes, e várias impressões sobre suas famílias se comprovaram dolorosamente.

Nenhum deles disse qualquer coisa ao outro sobre isso, mas a sensação de que tinham apenas a si mesmos se tornou mais forte após aquela situação estressante. Naquela noite Madara abraçou Izuna e dormiu junto do irmão enquanto Hashirama lamentou o que estava acontecendo, mas se sentiu confortável em um local onde apesar de estar sozinho conseguiu estar em paz consigo mesmo, sem ser perseguido e julgado pelas palavras do pai – apesar de perseguido por seus pensamentos -. Parecia bem triste, mas naquele momento foi necessário.

E resultou nas ações do Senju no dia seguinte.

- Eu... Posso passar o ano novo com você?

Madara se sentia mais puxado para a desgraça que acometeu seu passado cada vez que tinha a certeza de que Hashirama estava mais quebrado do que podia imaginar.

Eles tinham sido tão destruídos!

- Claro. Nós vamos ficar em casa, se não se importar.

Era óbvio que aquele ponto não era um problema, mas surgiu a necessidade de se falar algo a mais que além da confirmação de que Hashirama poderia estar ali. A ligação foi encerrada antes que ficasse ainda mais estranho, mas com a confirmação de que estariam juntos dali dois dias.

- É isso que mais me cansa Madara. - Izuna sentou a seu lado. - Duas famílias que se quebraram por preconceito e ódio e que agora querem que a gente pague o preço. Que culpa nós temos pelo que nossos pais fizeram?

- Nenhuma. - O mais velho o acolheu em um abraço. - Principalmente você.

- Eu não quero que se exclua disso. - Ali abraçado ao irmão, Izuna se lembrou de que durante muito tempo sempre foi um pelo outro. E sempre seria. - Você foi tão vítima quanto eu Madara, até pior. Aquele desgraçado mandou bater em você.

- E quis usar o dinheiro que tinha para te culpar pela morte do Itama. - Madara se calou por um momento. Sua mão acarinhou com cuidado as costas de Izuna, e ele sequer se importava com o incômodo na cirurgia. Só queria garantir que o irmão ficasse bem. - Eu estou cansado disso tudo Izuna. Se minha situação fosse diferente eu te levava embora daqui de uma vez para se livrar dessas amarras.

- Nós vamos passar por essa dificuldade Madara. E depois se você quiser a gente vai embora mesmo, não posso tirar sua razão. Eu também estou cansado desses olhares tortos, ameaças e gritos. Toda essa mentira que eles querem aceitar como se fosse a verdade.

Izuna dificilmente caía diante de Madara porque ele se preocupava com o estado de saúde do irmão, mas com o passado diante deles da mesma maneira tóxica como quando tudo aconteceu era difícil levar adiante sem se afetar.

Parecia que ninguém percebia o que estava sendo feito contra os próprios filhos. Até quando eles conseguiriam aguentar?

xXx

Hashirama se deu um tempo do hospital e foi para o apartamento de Madara depois de deixar todas as lágrimas que podia em seu apartamento, se culpando e tentando não fazer isso. Não que sua aparência não demonstrasse o cansaço e a tristeza, mas ele não queria chorar diante do Uchiha.

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