19. Luz Meio a Escuridão

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A alma de Juliette encontra-se em sono profundo, após o ato de violência para proteger a pessoa que ama, o odio da matança, a raiva de enfrentar um inimigo e a determinação de derramar sangue para proteger, fez com que os poderes do deus da guerra ficassem invictos no ser de Juliette. Conseguiu tirar da princesa aquilo que apenas a própria poderia conceder. Não deixando que a consciência da menor pensasse nem por um segundo que o coração dela pulsasse em esperança de sentir o amor da guerreira novamente, Ares estava simplesmente determinado em fazer Juliette, de escrava e o mais importante, deixá-la distante da guerreira.

Em Esparta, a figura menor era mantida em um aposento real, o maior dos quartos e sendo trata como antes em Corinto, não havia muito o que se fazer, na maioria do tempo ela estava em estado vegetativo, sem ter muita noção de onde estava, ou o que estavam fazendo com ela. Diferente de como seu pai estava sob os poderes do deus, Ares usava uma força enorme para manter a princesa naquelas circunstâncias, pois mesmo com a alma corrompida, o amor e otimismo ainda eram fortes no ser de Juliette. O que deixava o deus da guerra muito irritado.

Mas além da bondade de Juliette tentar a todo instante lutar contra a maldade de Ares, outras coisas aconteciam devido ao ato perverso do deus. No Olimpo, Atena e Afrodite, procuravam a maneira menos sangrenta de tirar a princesa dos poderes de Ares, além de não poderem se envolver muito, sabiam que qualquer atitude precipitada, poderia fazer Ares matar a princesa de Corinto sem pensar duas vezes. Porém, além da deusa da sabedoria e a divindade do amor, outro deus maior se preocupava com o estado de Juliette, e aquilo mostrava o quanto o sentindo da guerreira e da princesa, é precioso para os deuses.

— Zeus, precisamos conversar!

Um homem bem mais novo em séculos do que o deus do raio, entrou na sala dos tronos de Olimpo, estava preocupado e determinado em parar a figura que um dia chamou de pai. Deimos, filho de Ares, havia sentido que o poder que seu pai estava depositando na alma de Juliette, estava passando dos limites, abalando todos que têm fé no deus sanguinário e com isso deixando a família também insustentável, até porque sangue de seu sangue dependia dos poderes estáveis para continuarem. E Deimos, como o filho mais velho e sucessor ao trono da guerra, sabia que tinha que fazer algo para parar o ódio excessivo de seu pai.

— Então você finalmente tomou coragem? – Zeus pronunciou de seu trono.

O deus dos deuses, sabia desde o momento que Carolline colocou os olhos em Juliette, que sua presença nessa guerra seria intermitente, mas sabia também que não poderia se intrometer nisso sendo quem é, ele precisaria de uma força que atingiria Ares, mais do que seu poder paterno. E estava bem a sua frente, determinado a fazer o que fosse preciso.

— Ele está abalando tudo, deixando minha mãe e meu irmão fracos. – Deimos demonstrava toda preocupação. – Não está certo ficar aqui sentado vendo tudo de privilégio. – Soltou irritado.

Aos olhos de Deimos, Zeus não estava se mexendo para impedir Ares, porque não queria e sim porque sentia prazer em ver os filhos sofrer.

— Você é idêntico ao seu pai. – Suspirou frustrado. – Irritantemente precipitado em todos os pensamentos sobre mim. – Levantou-se do trono caminhando em direção ao neto.

— E porque não acaba logo com isso? Não está vendo que ele vai matá-la de qualquer jeito? – Indignado o mais novo soltou.

— Além de me subestimar, você demonstra burrice diante das atitudes de seu pai. – Parou a poucos metros de distância do mais novo. – Tudo o que seu pai quer é o ódio de Carolline, nada além disso. – Explicou.

— E porque ele não levou ela para Esparta? – Franziu o cenho.

— Porque o coração de Carolline, pertencente a sucessora de Corinto. – Disse tão claro quanto a luz que bate na sala dos tronos.

The Warrior Princess - sarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora